No que é considerado o pior desastre aéreo em solo sul-coreano, um Boeing 737-800 da companhia Jeju Air sofreu um acidente fatal neste domingo (29), no horário local, ao sair da pista durante o pouso no aeroporto de Muan e colidir contra uma barreira de concreto. A tragédia deixou 179 mortos entre os 181 ocupantes da aeronave. Apenas dois membros da tripulação sobreviveram, ambos em estado de recuperação em hospitais de Seul.

Um dos sobreviventes, identificado pelo sobrenome Lee, é um comissário de bordo de 33 anos. Ele está consciente e internado na UTI do Hospital da Universidade Feminina Ewha, onde foi diagnosticado com múltiplas fraturas. Segundo o diretor do hospital, Woong Ju, o paciente consegue se comunicar normalmente e não apresenta sinais de perda de memória. Lee relatou que acordou já resgatado pelos socorristas. Apesar da estabilidade clínica, ele permanece sob observação intensiva devido ao risco de complicações, como perda de movimentos em decorrência do impacto.

A outra sobrevivente é uma comissária de bordo de 25 anos, identificada como Koo. Internada no Asan Medical Center, ela sofreu ferimentos na cabeça e no tornozelo, mas seu quadro é considerado estável.

O voo partiu de Bangkok, Tailândia, com destino a Muan, Coreia do Sul, transportando 175 passageiros e seis tripulantes. Testemunhas e imagens de câmeras de segurança indicam que a aeronave tentou pousar com o trem de pouso recolhido, deslizando pela pista antes de colidir com a barreira de concreto. Especialistas em aviação apontam uma possível falha no trem de pouso, possivelmente causada por uma colisão com um bando de pássaros, como a principal hipótese para o acidente.

O Ministério dos Transportes sul-coreano confirmou que a tripulação foi alertada pela torre de controle sobre a presença de aves momentos antes do pouso. O pouso forçado “de barriga”, embora raro, é um procedimento de emergência treinado na aviação, mas raramente resulta em tragédias dessa magnitude.

A aeronave, um modelo amplamente utilizado em rotas comerciais, ficou completamente destruída após o impacto e incêndio subsequente. A tragédia é a mais mortal envolvendo a aviação comercial sul-coreana desde 1997, quando um avião da Korean Air caiu em Guam, matando mais de 200 pessoas.

Equipes de resgate e investigadores continuam no local, analisando destroços e caixas-pretas para determinar as causas exatas do acidente. As famílias das vítimas estão sendo amparadas, enquanto o país lida com as repercussões de um dos dias mais trágicos de sua história recente.