O Congresso dos Estados Unidos certificou nesta segunda-feira (6) a vitória de Donald Trump na eleição presidencial. O evento, que normalmente seria apenas protocolar, ocorreu sob medidas de segurança nacional inéditas, com o Capitólio cercado por grades e agentes das forças especiais. A decisão reflete a preocupação das autoridades após o ataque de 6 de janeiro de 2021, quando apoiadores de Trump invadiram o congresso em um episódio que marcou a história da democracia americana.
Kamala Harris, vice-presidente e presidente do Senado, presidiu a cerimônia. Durante a campanha, Harris foi uma das principais críticas de Trump, chamando-o de ameaça à democracia. Apesar disso, ela respeitou o resultado das urnas após a derrota e cumpriu seu papel constitucional conduzindo a sessão que validou os votos do Colégio Eleitoral de cada estado.
O processo foi concluído sem contestações, tanto dentro quanto fora do congresso. A cerimônia durou apenas 30 minutos e terminou com a declaração oficial de Donald Trump como presidente eleito. O cenário foi muito diferente daquele visto em 2021, quando a invasão do Capitólio resultou em cinco mortes, ferimentos em mais de 130 policiais e danos à confiança nas instituições.
Trump, que assumirá o cargo em 20 de janeiro, publicou nas redes sociais uma imagem do ataque de 2021 e prometeu conceder perdão presidencial aos invasores do Capitólio. A iniciativa gerou críticas e renovou debates sobre a polarização política e os desafios à unidade do país.
Em um artigo no “The Washington Post”, publicado na véspera da certificação, o presidente Joe Biden destacou a importância de lembrar do 6 de janeiro de 2021 como um marco de resiliência democrática. “a democracia nunca está garantida, nem mesmo nos Estados Unidos”, escreveu Biden, reforçando o alerta para os riscos enfrentados pelo sistema democrático.
A vitória de Trump foi oficialmente reconhecida, mas o evento evidencia as cicatrizes de um país dividido e os desafios que a nova administração enfrentará. o processo de certificação reafirmou a força das instituições, mas também destacou a necessidade de vigilância para preservar os valores democráticos.