O presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, anunciou nesta sexta-feira (27) a dissolução do Bundestag, a câmara baixa do Parlamento, e a convocação de eleições antecipadas para 23 de fevereiro de 2025. A decisão ocorre após a aprovação de uma moção de desconfiança contra o chanceler Olaf Scholz, que marcou o colapso de sua coalizão governamental.
A crise política teve início em novembro, quando Scholz demitiu o ministro das Finanças, Christian Lindner, o que levou o Partido Democrático Liberal (FDP) a abandonar o governo. Sem apoio suficiente no Parlamento, a moção de desconfiança foi aprovada no último dia 16, consolidando o afastamento do chanceler e criando um cenário de instabilidade política no país.
Em pronunciamento oficial, Steinmeier afirmou que a dissolução do Parlamento e a realização de novas eleições são medidas necessárias para garantir um governo estável e funcional. “A Alemanha precisa de maiorias confiáveis no Parlamento para enfrentar os desafios atuais”, declarou o presidente. A dissolução do Bundestag é um evento raro no sistema político alemão, onde o presidente geralmente desempenha um papel protocolar.
O processo eleitoral já está em andamento, com o líder conservador Friedrich Merz despontando como favorito nas pesquisas. Os levantamentos apontam o bloco conservador com ampla vantagem sobre o Partido Social-Democrata (SPD) de Scholz. A Alternativa para a Alemanha (AfD), partido de extrema direita, aparece em segundo lugar, complicando a formação de coalizões estáveis, já que os partidos tradicionais rejeitam colaborações com o grupo. Os Verdes, por sua vez, ocupam a quarta posição.
A Alemanha entra em um período de intensos debates e incertezas. Com a dissolução do Parlamento, o país busca respostas para superar a crise política e estabilizar o cenário interno, com as eleições de fevereiro sendo cruciais para determinar o futuro da nação.