A direita brasileira, peça fundamental no equilíbrio democrático do país, vive uma encruzilhada decisiva. Após anos de desgastes causado pelo personalismo e pela centralização absoluta de Jair Bolsonaro, o campo conservador encontra-se fragmentado, refém de uma liderança que priorizou interesses pessoais e familiares em detrimento de um projeto coletivo. Em meio a esse cenário desolador, Tarcísio de Freitas desponta como uma liderança singular, não pelo espetáculo ou pela retórica incendiária, mas por sua eficiência, pragmatismo e disposição em construir um legado que transcenda o próprio nome.
Jair Bolsonaro, que ascendeu ao poder com a promessa de renovar a política e combater privilégios, rapidamente se revelou o oposto do que pregava. Seu governo foi marcado pela incapacidade de formar sucessores e pela obsessão em centralizar o protagonismo, culminando agora com sua inegibilidade em uma tentativa quase caricata de promover sua esposa, Michele Bolsonaro, como herdeira política, além de vender utensílios domésticos e maquiagem para apoiadores. Michele, sem formação política ou experiência administrativa, tornou-se um símbolo do colapso estratégico de Bolsonaro, que transformou a direita em uma extensão de seu núcleo familiar. Essa postura míope e degradante sufocou novas lideranças e mergulhou o conservadorismo em um ciclo de autossabotagem.
Tarcísio de Freitas, por outro lado, representa tudo o que Bolsonaro não é. Desde sua gestão no Ministério da Infraestrutura, Tarcísio demonstrou que o verdadeiro poder está na entrega de resultados concretos e no fortalecimento das instituições. Ele não busca o pedestal do messianismo nem se apoia em slogans vazios. Sua administração no estado de São Paulo é um exemplo de como a política pode ser feita com seriedade e visão de futuro. Entre suas realizações, destacam-se a modernização do sistema educacional, com investimentos robustos em tecnologia e infraestrutura, e a transformação logística do estado, que hoje atrai investimentos e dinamiza a economia por meio de concessões de rodovias e ampliação da malha ferroviária.
Diferente de Bolsonaro, que usou sua posição para isolar e boicotar potenciais sucessores, Tarcísio trabalha para preservar e fortalecer lideranças. A eleição de Ricardo Nunes em São Paulo é um exemplo claro disso: em vez de disputar protagonismo, Tarcísio articulou-se para garantir a continuidade administrativa da maior cidade do país. Essa habilidade em construir alianças e sua disposição em compartilhar o poder são um contraste gritante com o modelo bolsonarista, que sacrifica o coletivo em nome de um projeto personalista e autodestrutivo.
O conservadorismo brasileiro, sob Bolsonaro, tornou-se uma caricatura de si mesmo: um campo político sem planejamento estratégico, movido por conflitos inúteis e dominado por uma visão estreita que prioriza a família presidencial acima de tudo. A tentativa de lançar Michele Bolsonaro como figura central é a evidência mais gritante de uma liderança que não compreende a importância de formar quadros técnicos e políticos. Em vez de construir, Bolsonaro destrói; em vez de governar para o país, governa para si mesmo.
Tarcísio oferece uma saída para esse abismo. Ele não é um mito, e isso o torna maior. Sua força está no trabalho, na eficiência e na habilidade de entregar resultados sem recorrer a polarizações rasas. Enquanto Bolsonaro transformou a direita em uma plataforma para sua autopromoção, Tarcísio apresenta uma visão de futuro que prioriza o coletivo, o diálogo e a responsabilidade administrativa. Seu modelo de gestão demonstra que o conservadorismo pode ser relevante e moderno, desde que se liberte das amarras do personalismo.
A reconstrução da direita brasileira depende de sua capacidade de abandonar os vícios do passado. Tarcísio de Freitas representa a oportunidade de resgatar o conservadorismo de sua condição atual, de transformá-lo em uma força política que governe com responsabilidade e que se preocupe menos com slogans e mais com resultados. Pode parecer estranho, mas mesmo perto de Bolsonaro, Tarcísio é o antídoto ao bolsonarismo, o exemplo de que é possível construir pontes em vez de implodir.
O Brasil precisa de uma direita que seja mais do que uma extensão do ego de um líder. Tarcísio já mostrou que tem capacidade de reconstruir esse campo político com base em pragmatismo e resultados. Cabe agora à direita brasileira escolher: permanecer refém de um projeto familiar que a arrasta para o fundo do poço ou abraçar o modelo de liderança que Tarcísio representa, voltado para o futuro e para as demandas reais da sociedade. O conservadorismo pode se reinventar – e Tarcísio é a a chance.
Fabrício Correia é escritor, historiador, licenciado em Geografia, jornalista e professor universitário com especialização em Acessibilidade pela UNISE-PR. É CEO do grupo Kocmoc New Future, responsável pela agência “Conversa de Bastidores”.