O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usou sua conta no X (antigo Twitter) nesta quarta-feira (20) para compartilhar um vídeo de 2019 em que um youtuber de esquerda incita que ele seja assassinado. A publicação ocorre um dia após a Polícia Federal prender quatro militares suspeitos de planejarem o assassinato do ministro do STF Alexandre de Moraes, do presidente Lula (PT) e do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).
No vídeo resgatado, o youtuber afirma que “a única solução para o Brasil é matar Bolsonaro”. À época, a declaração gerou indignação, sendo amplamente condenada por incitação à violência. O compartilhamento do conteúdo, agora, é visto como uma estratégia do ex-presidente para desviar o foco da operação da PF, que trouxe à tona um plano de atentados envolvendo militares das Forças Especiais do Exército.
A investigação da PF, batizada de “Punhal Verde e Amarelo”, revelou detalhes preocupantes. Segundo os autos, o grupo planejava ataques coordenados contra lideranças políticas e judiciais para desestabilizar o governo e impedir a posse de Lula em 2022. As prisões ocorreram em diferentes estados, e os envolvidos estão sendo interrogados.
Bolsonaro, que não mencionou diretamente a operação em suas redes sociais, tem sido criticado por minimizar o impacto das investigações. Especialistas apontam que a postagem de um vídeo antigo, em meio à repercussão de um caso grave, reforça a polarização e desvia a atenção de questões que poderiam comprometer aliados do ex-presidente.
A movimentação gerou repercussão entre políticos e analistas, reacendendo debates sobre o papel da violência no discurso político e a responsabilidade de lideranças públicas na promoção de estabilidade democrática.