O Parlamento da Coreia do Sul destituiu nesta sexta-feira (27) o presidente interino e primeiro-ministro Han Duck-soo. A decisão foi unânime, com 192 votos a favor, e ocorre em meio à maior crise política do país nas últimas décadas, desencadeada após a tentativa fracassada de imposição de lei marcial pelo presidente deposto Yoon Suk Yeol no início de dezembro.
Han Duck-soo havia assumido a presidência interina após o afastamento de Yoon, mas enfrentou críticas severas por sua recusa em nomear três juízes para o Tribunal Constitucional, essenciais para validar a destituição do ex-presidente e destravar decisões institucionais cruciais. A oposição acusou Han de obstruir o funcionamento do sistema jurídico, o que levou à sua remoção.
Com sua saída, o ministro das Finanças, Choi Sang-mok, deve assumir a presidência interina, conforme prevê a legislação sul-coreana. A decisão aumenta as incertezas no cenário político, que já impacta gravemente a economia: o won sul-coreano caiu ao menor nível frente ao dólar desde 2009.
Além disso, o ex-ministro da Defesa, Kim Yong Hyun, foi indiciado por insurreição, acusado de colaborar com Yoon Suk Yeol no planejamento da lei marcial. O desdobramento aprofunda a instabilidade no país, que enfrenta desafios para restaurar a confiança em suas instituições e estabilizar a economia.