O prefeito de Jacareí, Celso Florêncio (PL), responsabilizou a empresa Ambiental pela greve na coleta de lixo que afetou o município. Durante entrevista, o prefeito acusou a prestadora de serviços de usar trabalhadores e o sindicato como forma de pressão contra a administração pública. Segundo ele, a empresa acumula uma dívida superior a R$ 60 milhões com o município, incluindo multas contratuais.
De acordo com o prefeito, a Ambiental foi notificada já no início de seu mandato para retomar as operações em um prazo de três horas, mas descumpriu a determinação. Ele também destacou que a situação não é novidade, já que a empresa promoveu cinco greves somente no ano passado. “Não podemos aceitar que isso vire rotina. A cidade não pode ficar refém de uma empresa que não cumpre seus compromissos”, afirmou.
Para proteger os trabalhadores e evitar novos transtornos, a Prefeitura está tomando medidas judiciais para viabilizar o pagamento direto dos salários e benefícios dos funcionários, sem a intermediação da empresa. “Com o histórico de atrasos, não temos garantia de que os trabalhadores receberão seus direitos. Vamos atuar para assegurar que isso aconteça”, garantiu Florêncio.
O contrato com a Ambiental, firmado como uma Parceria Público-Privada (PPP) há 10 anos, tem validade de 35 anos. Apesar das dificuldades para rescindir o acordo, o prefeito não descartou medidas mais drásticas caso a situação continue. “Se a empresa quiser permanecer em Jacareí, terá que atuar de forma correta. Caso contrário, tomaremos todas as medidas legais para encerrar esse contrato.”
Após a pressão, a Ambiental realizou o pagamento do vale-alimentação aos cerca de 600 funcionários, o que resultou na retomada parcial dos serviços. A Prefeitura também mobilizou equipes para operar pontos de coleta emergenciais em áreas estratégicas, como o São João e Santa Maria, além de focar na limpeza de áreas de risco para evitar complicações durante o período de chuvas.