Foto: Arte digital

Thomaz Henrique: Como a desonestidade intelectual pode sabotar uma cidade

Bruniely Lemos errou, pagou por seus erros e escolheu um novo caminho. Poderia ter sido mais uma vítima de um sistema carcerário que pune, mas não oferece oportunidades. Decidiu fazer diferente. Em vez de aceitar a violência e a margem que lhe foi imposta, construiu sua própria redenção, tornando-se empreendedora e criando uma rede de apoio para pessoas que, como ela, sofrem o preconceito por apenas existirem. Seu trabalho à frente da Transbordamos já impactou milhares de pessoas, tirando-as da prostituição e do tráfico e oferecendo uma alternativa digna de sustento. Isso deveria ser motivo de reconhecimento, mas para o vereador Thomaz, não importa. Ele precisa que a ativista seja reduzida a um rótulo, porque assim sua mentira se torna mais convincente.

A forma como ele conduz essa campanha de desinformação é um exemplo da política mais rasteira que existe. Ele sabe que o prefeito Anderson Farias não tem qualquer envolvimento com agendas progressistas extremistas, sabe que a gestão atual não está subordinada a pautas ideológicas e que as ações do governo são pautadas na eficiência, não em militância. Mas se dissesse isso, não conseguiria alimentar a indignação que tanto precisa para se manter relevante. Por isso, fabrica um cenário fictício, distorce iniciativas legítimas de saúde pública e sugere que há algo obscuro acontecendo, quando tudo o que existe é um governo que governa para todos, sem distinção.

E é aqui que entra a questão do ambulatório trans, que se tornou a nova farsa política do vereador Thomaz Henrique, pré-candidato a deputado estadual. Ele tenta fazer parecer que essa unidade de saúde seria uma concessão ideológica do governo, quando, na realidade, trata-se de uma política pública estruturada e necessária, alinhada às diretrizes do SUS. Ambulatório trans não é um espaço de doutrinação ou ativismo. É um serviço especializado que garante atendimento médico e psicológico para pessoas trans, oferecendo, cuidados clínicos e apoio profissional para uma parcela da população que, historicamente, teve seu direito à saúde negado.

São serviços que existem em diversas cidades do Brasil e que não são uma questão de opinião, mas de atendimento básico e digno a qualquer cidadão. Thomaz distorce essa realidade, vendendo para seus seguidores a ideia de que Anderson Farias estaria alinhado a um suposto “projeto de destruição de valores”. O que ele omite? Que Anderson nunca compactuou com a agenda woke e sempre manteve uma posição clara de governar para todos, sem fazer da gestão municipal um campo de batalha ideológico.

Anderson Farias nunca foi um político de guerra cultural. Sua gestão é focada no desenvolvimento da cidade, na melhoria da qualidade de vida da população e no fortalecimento de políticas públicas eficientes. Isso não significa que ele se alinha a pautas progressistas ou que compactua com visões que não são as suas. Significa apenas que ele entende algo que o vereador Thomaz Henrique finge não compreender: um prefeito governa para todos, não apenas para aqueles que pensam como ele. E isso inclui moradores de rua, empresários, trabalhadores, religiosos, ateus, heterossexuais, LGBTQIA+, ex-presidiários e qualquer pessoa que viva na cidade e precise do serviço público. Não há contradição entre ser conservador e governar com responsabilidade. O verdadeiro conservadorismo não é sectário, não promove caça às bruxas e não se sustenta no medo e na mentira.

O mandato do vereador Thomaz Henrique não é conservador. Seu discurso não tem nada a ver com direita ou com qualquer ideologia política coerente. Ele pertence a uma “facção” muito mais perigosa: a dos oportunistas que não se importam com a verdade, desde que a mentira lhes traga benefícios. Já demonstrou isso inúmeras vezes, seja ao propagar desinformação sobre segurança pública, ao tentar convencer a população de que São José dos Campos vive um cenário de desordem que simplesmente não existe. Age sempre da mesma forma: escolhe um alvo, distorce os fatos, repete a mentira até que ela pareça verdade. E agora, sua nova narrativa é a falsa associação entre Anderson Farias e pautas que ele nunca defendeu.

O mais irônico é que Thomaz, no segundo mandato, jamais construiu algo semelhante ao que Bruniely fez. Ele não criou uma entidade que ajudasse pessoas vulneráveis, não apresentou políticas públicas que oferecessem oportunidades, não fez nada além de atacar. Sua carreira política se resume a fabricar crises, explorar preconceitos e alimentar a divisão na cidade. Aposta no medo como ferramenta, porque sabe que, se a política for feita com seriedade e compromisso com os fatos, ele não tem espaço.

O ataque a Bruniely é vil, mas não é sobre ela. É apenas mais uma peça no jogo sujo que Thomaz Henrique vem jogando para tentar atingir Anderson Farias. Ele quer transformar São José dos Campos em um campo de batalha ideológico, onde a verdade é irrelevante e a política se reduz a um espetáculo de ressentimento e manipulação. Mas a cidade não precisa disso. Não precisa de um vereador que vive de criar inimigos imaginários. Precisa de líderes que governem com seriedade, respeitando os cidadãos e construindo um futuro melhor para todos.

Fabrício Correia é escritor, jornalista, historiador e professor universitário. Presidiu a Academia Joseense de Letras e integra a União Brasileira de Escritores – UBE. É CEO da Kocmoc New Future, responsável pela agência de notícias, “Conversa de Bastidores”.

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