Milhares vão às ruas contra Trump nos EUA: manifestações se espalham em reação às políticas antidemocráticas

Neste domingo (20), milhares de pessoas tomaram as ruas de Nova York e de outras grandes cidades americanas no segundo dia consecutivo de protestos contra o ex-presidente Donald Trump, marcando uma das maiores mobilizações populares recentes nos Estados Unidos. As manifestações, organizadas pelo grupo 50501 — cujo nome simboliza protestos nos 50 estados americanos — representam uma resposta contundente às ações consideradas antidemocráticas e autoritárias da administração Trump.

De acordo com o site oficial do grupo 50501, o movimento é descrito como “uma resposta rápida e descentralizada às ações antidemocráticas e ilegais da administração Trump e dos seus aliados plutocráticos”. O grupo afirma que mais de 400 manifestações foram planejadas para o mesmo dia, demonstrando a capilaridade e o alcance nacional da mobilização.

A pauta dos protestos concentrou-se, especialmente, nas políticas anti-imigração de Trump. Em um momento simbólico, a Suprema Corte suspendeu as expulsões de imigrantes com base na Lei de 1798, usada por Trump para justificar medidas extremas contra estrangeiros. Uma das frases mais ouvidas nas ruas de Nova York foi: “Os imigrantes são bem-vindos aqui” — um contraponto direto ao discurso excludente do ex-presidente.

Cartazes carregados pelos manifestantes traziam frases como “Nenhum rei na América” e “Resista à tirania”, muitas vezes acompanhadas de imagens de Trump com bigode ao estilo de Adolf Hitler. A evocação ao nazismo não era gratuita: Kathy Vali, de 73 anos, descendente de sobreviventes do Holocausto, disse à AFP que “a democracia corre grande perigo”, comparando o atual cenário americano à ascensão do nazismo na Europa nos anos 1930.

“Trump é demasiadamente estúpido para ser eficaz, e sua equipe está dividida”, afirmou uma manifestante à agência, contrastando o ex-presidente com regimes fascistas clássicos, mas apontando para os riscos de erosão institucional mesmo com uma liderança errática.

Entre as cidades que também aderiram às manifestações estavam Washington D.C., sede da Casa Branca, onde as palavras de ordem ecoaram em frente ao local que simboliza o poder executivo norte-americano.

O movimento liderado pelo grupo 50501 surge como um novo eixo de resistência civil e política à herança deixada por Trump, reacendendo o debate sobre a defesa da democracia, os direitos dos imigrantes e o papel da sociedade organizada diante do autoritarismo crescente.

 

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