Foto: Agência Brasil

Cida Gonçalves deixa o Ministério das Mulheres

A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, foi exonerada nesta segunda-feira (5) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A decisão, publicada em edição extra do Diário Oficial da União, encerra uma gestão iniciada em janeiro de 2023, marcada por avanços nas políticas públicas voltadas à equidade de gênero e ao enfrentamento da violência contra as mulheres.

Publicitária e feminista histórica, Cida é natural de Clementina (SP) e atuou em diversas frentes nos governos petistas anteriores. Foi secretária nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres e uma das principais articuladoras da Lei Maria da Penha e do programa “Mulher, Viver sem Violência”, que consolidou iniciativas como a Casa da Mulher Brasileira.

À frente do ministério, liderou a ampliação da rede de atendimento a mulheres em situação de violência, fortaleceu o canal Ligue 180 e representou o Brasil em fóruns internacionais, como a Comissão sobre a Situação da Mulher da ONU (CSW), destacando os compromissos do país com a igualdade de gênero e salarial.

Durante sua gestão, foi sancionada a Lei nº 14.611/2023, que estabelece a obrigatoriedade da igualdade salarial entre mulheres e homens no mercado de trabalho – uma das principais bandeiras da pasta no atual governo.

Apesar das conquistas, a ministra enfrentou desgastes políticos e institucionais. Denúncias internas de assédio moral e xenofobia foram arquivadas pela Controladoria-Geral da União, mas deixaram marcas na relação com parte da equipe. Além disso, aliados do governo apontaram resultados considerados abaixo do esperado em termos de popularidade e articulação política, especialmente diante da queda da aprovação do governo entre o público feminino.

A saída de Cida representa a 12ª mudança ministerial desde o início do terceiro mandato de Lula e sinaliza uma nova fase de reacomodações políticas na Esplanada. Mesmo com o encerramento de seu ciclo à frente da pasta, Cida Gonçalves deixa um legado significativo na retomada e fortalecimento de políticas públicas para as mulheres, em um cenário ainda marcado por desigualdades históricas.

WhatsApp
Facebook
Twitter