A Embraer iniciou o ano com resultado negativo. A fabricante brasileira de aeronaves registrou um prejuízo líquido ajustado de R$ 429 milhões no primeiro trimestre de 2025, conforme relatório financeiro divulgado nesta terça-feira (6). O número representa uma forte reversão em relação ao quarto trimestre de 2024, quando a empresa havia apurado lucro de R$ 1,09 bilhão.

O prejuízo também é significativamente maior que o registrado no mesmo período do ano passado, quando as perdas ajustadas foram de R$ 63,5 milhões. Entre os fatores que impactaram o desempenho estão R$ 728 milhões em impostos diferidos e R$ 192 milhões ligados a opções de compra de ações da Eve, empresa ligada à Embraer focada em mobilidade aérea urbana.

A receita líquida da companhia no trimestre foi de R$ 6,4 bilhões — uma retração de 53% em relação aos R$ 13,7 bilhões obtidos nos últimos três meses de 2024. Ainda assim, o valor é 44% superior aos R$ 4,4 bilhões contabilizados no primeiro trimestre do ano anterior.

Nos três primeiros meses do ano, a Embraer entregou 30 jatos, sendo sete para a aviação comercial e 23 executivos. A meta para o ano continua mantida, com previsão de entregar entre 77 e 85 jatos comerciais e de 145 a 155 jatos executivos até dezembro.

A carteira de pedidos firmes alcançou US$ 26,4 bilhões, novo recorde para a companhia, superando o volume do trimestre anterior e marcando um crescimento de 25% em relação aos US$ 21,1 bilhões do mesmo período de 2024.

O relatório também indica que os números não sofreram impacto direto das tarifas comerciais impostas recentemente pelos Estados Unidos. Para 2025, a expectativa de receita está entre R$ 7 bilhões e R$ 7,5 bilhões.

A empresa apontou ainda um consumo de caixa de R$ 2,3 bilhões no trimestre, atribuído principalmente ao aumento do capital de giro, como preparação para uma maior entrega de aeronaves ao longo do ano.

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