Nesta quarta-feira (7), 133 cardeais de 70 países iniciam oficialmente o conclave na Capela Sistina, no Vaticano, com o objetivo de eleger o 267º papa da Igreja Católica. O ritual, carregado de tradição e sigilo, ocorre um mês após a morte do papa Francisco e segue normas estabelecidas há séculos, como o isolamento absoluto dos cardeais votantes — todos com menos de 80 anos — e o uso de alta tecnologia para impedir qualquer tipo de comunicação externa.

A primeira votação acontece ainda hoje, com a expectativa de que outras até quatro ocorram por dia nos próximos dias. As cédulas são queimadas após cada votação: fumaça preta indica que não houve consenso; fumaça branca e o toque dos sinos, que a Igreja tem um novo líder.

A média de duração dos últimos dez conclaves foi de pouco mais de três dias, e nenhum ultrapassou cinco. O último, em 2013, elegeu Jorge Mario Bergoglio após dois dias. Desta vez, cresce a expectativa sobre quem sucederá o papa Francisco, que, em vida, foi símbolo de abertura, inclusão e combate à desigualdade.

Em seu sermão de despedida, o cardeal italiano Giovanni Battista Re, decano do Colégio de Cardeais, afirmou que a unidade da Igreja não se confunde com uniformidade e pediu aos eleitores que pensem no bem comum, deixando de lado interesses pessoais. Entre os nomes mais citados estão Pietro Parolin, da Itália, Luis Antonio Tagle, das Filipinas, Jean-Marc Aveline, da França, e Peter Erdo, da Hungria. No entanto, até o momento, não há favorito claro.

Analistas destacam que a ampliação do colégio eleitoral reflete os esforços de Francisco em descentralizar o poder, promovendo cardeais de regiões com menos católicos, mas com grandes desafios sociais.

À medida que os cardeais se reúnem sob os afrescos de Michelangelo, a expectativa global se concentra não apenas em quem será o novo pontífice, mas em qual rumo tomará uma Igreja que busca equilíbrio entre tradição e transformação.