A Polícia Federal prendeu preventivamente, nesta quinta-feira, o prefeito de Palmas (TO), Eduardo Siqueira Campos (Podemos), acusado de envolvimento no vazamento de informações sigilosas do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A prisão foi determinada pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que também ordenou o afastamento imediato do prefeito do cargo.
A decisão do STF se deu após manifestação favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR), que respaldou as medidas implementadas no caso. Com o afastamento, quem assume a Prefeitura de Palmas é o vice-prefeito, Carlos Eduardo Batista Velozo (Agir).
Eduardo Siqueira Campos, de 65 anos, é figura conhecida na política tocantinense. Foi o primeiro prefeito eleito de Palmas, em 1992, e exerceu diversos cargos, incluindo o de senador e deputado estadual. Seu retorno à prefeitura se deu nas eleições de 2024, quando foi eleito com 53,03% dos votos.
Além da carreira política, Eduardo é empresário do setor de comunicação em Tocantins, tendo presidido veículos afiliados à Rede Record, como a rádio e a TV Jovem Palmas. É filho do ex-governador José Wilson Siqueira Campos, político histórico do estado e idealizador da criação de Tocantins.
A prisão ocorre no contexto da quarta fase da Operação Overclean, que investiga uma série de crimes, entre eles: organização criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações, contratos administrativos e lavagem de dinheiro.
A operação foi deflagrada no mesmo dia em que o STF realizou uma audiência pública sobre a constitucionalidade das emendas impositivas ao Orçamento da União — medida que atrai olhares atentos de vários setores do Legislativo.
Eduardo Siqueira é casado com Polyanna Marques e pai de sete filhos. Em 2011, enfrentou uma tragédia pessoal com a perda de um dos filhos, Gabriel, de apenas 11 anos, em um acidente aéreo.
A agência Conversa de Bastidores e outros veículos parceiros tentam contato com os envolvidos para obter manifestação oficial sobre as acusações.