O senador Marcos do Val (Podemos-ES) será monitorado eletronicamente a partir desta segunda-feira, 4 de agosto, por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A medida foi determinada após o parlamentar desrespeitar uma decisão judicial e viajar aos Estados Unidos sem autorização, contrariando medidas cautelares impostas pelo Supremo.

Do Val desembarcou nesta manhã no aeroporto de Brasília, onde foi imediatamente abordado por agentes da Polícia Federal. Ele havia passado cerca de dez dias em Orlando, durante o recesso parlamentar, mesmo após ter seu pedido formal de viagem negado por Moraes no mês passado. O ministro argumentou, à época, que não havia motivo para suspender as restrições, pois as investigações em curso contra o senador seguem em andamento.

Em 2024, o STF havia ordenado o bloqueio de bens de Do Val, incluindo R$ 50 milhões em suas contas, e a apreensão de seus passaportes — tanto o comum quanto o diplomático — no contexto de um inquérito da Polícia Federal que apura ataques e ameaças contra integrantes da própria corporação.

Apesar disso, o senador conseguiu deixar o Brasil. A Polícia Federal chegou a cumprir mandados de busca para recolher seus documentos em endereços ligados a ele no Espírito Santo, mas o passaporte diplomático não foi localizado, supostamente por estar em seu gabinete no Senado, em Brasília.

Na ocasião, Do Val afirmou, por meio de nota oficial, que a viagem estava devidamente comunicada às autoridades e sustentou estar com toda a documentação regularizada. A justificativa, no entanto, não impediu o STF de considerar a ação como descumprimento direto das medidas impostas pela Corte.

Agora, além das restrições financeiras e do confisco de seus passaportes, o senador será vigiado por tornozeleira eletrônica, recurso geralmente reservado a casos de réus sob investigação com risco de fuga ou reincidência. A decisão representa um novo capítulo da conturbada trajetória recente do parlamentar, que segue no centro das atenções do Judiciário.