Foto: NASA

Amostra de Marte coletada pelo rover Perseverance pode conter sinais de vida microbiana antiga

Uma amostra de rocha coletada pelo veículo robótico Perseverance, da NASA, em julho de 2024, pode representar uma das evidências mais relevantes até agora sobre a possibilidade de existência de vida microbiana no passado de Marte. A análise foi publicada nesta quarta-feira (10) por cientistas que participam da missão.

O material, chamado Cânion Sapphire, foi obtido na cratera de Jezero, em um conjunto de afloramentos rochosos da formação Bright Angel, região onde há bilhões de anos existia um lago. Segundo os pesquisadores, a rocha sedimentar apresenta minerais e características químicas que sugerem reações semelhantes às provocadas pela atividade de microrganismos na Terra.

Entre os compostos encontrados estão a vivianita (fosfato de ferro) e a greigita (sulfeto de ferro). Esses minerais podem ter se formado a partir de interações entre lama rica em matéria orgânica e compostos químicos presentes no antigo lago. Na Terra, reações do tipo são frequentemente associadas à ação de micróbios.

Apesar disso, os cientistas alertam que os sinais não são conclusivos. “Podem ser bioassinaturas, mas também podem ter origem em processos puramente químicos, sem relação com a biologia”, explicou o pesquisador David Hurowitz, integrante da missão. Para ele, somente com o retorno das amostras à Terra será possível confirmar a hipótese de que os minerais tenham sido formados pela atividade de vida microbiana.

Desde que pousou na superfície marciana, em 2021, o Perseverance já coletou dezenas de amostras de rochas e sedimentos. O objetivo é reunir indícios que ajudem a compreender se Marte já foi capaz de abrigar vida. O veículo atua com uma série de instrumentos a bordo para examinar o chamado regolito — material solto na superfície — e outras formações geológicas.

As amostras recolhidas pela missão estão sendo armazenadas para uma futura operação de retorno à Terra, prevista para a próxima década. Caso os indícios de bioassinaturas se confirmem, a descoberta pode redefinir a compreensão da humanidade sobre a existência de vida fora do planeta.

 

WhatsApp
Facebook
Twitter