O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, fez um alerta nesta terça-feira (30) sobre os principais sinais e sintomas da intoxicação por metanol, após a identificação de dez casos em São Paulo – três deles com desfecho fatal. Segundo o ministro, trata-se de uma emergência médica de extrema gravidade que exige atenção imediata.
De acordo com Padilha, o primeiro sintoma costuma ser uma dor intensa e incomum, descrita como dor em cólica, distinta da queimação típica de uma ressaca. Em seguida, surgem alterações visuais: a pessoa pode começar a enxergar flashes, luzes ou turvação, até chegar ao risco de perda total da visão. Esses sinais, no entanto, podem levar até 24 horas para aparecer.
“O metanol, ao ser metabolizado no fígado, libera ácido fórmico e formaldeído, substâncias altamente tóxicas ao sistema nervoso central e ao nervo óptico”, explicou o ministro. Ele destacou ainda a importância da hidratação como medida inicial de proteção renal, mas reforçou que o tratamento adequado só pode ser feito em ambiente hospitalar.
Padilha alertou a população para procurar imediatamente os serviços de saúde caso os sintomas se manifestem após o consumo de bebidas de procedência duvidosa. “Não existe solução milagrosa em casa. É fundamental buscar atendimento, porque os serviços especializados dispõem do antídoto específico contra o metanol, já registrado e disponível no Brasil”, afirmou.
Entre os principais sintomas descritos estão visão turva ou perda da visão, dores abdominais, náuseas, vômitos e mal-estar generalizado. Para emergências, o ministro reforçou os canais de orientação: Disque-Intoxicação da Anvisa (0800 722 6001), os CIATox regionais e o Centro de Controle de Intoxicações de São Paulo (0800-771-3733).
“Cada hora conta”, concluiu Padilha, destacando que a demora no atendimento pode ser fatal.