A prisão da deputada federal Luizianne Lins (PT-CE), durante a interceptação da Flotilha Global Sumud pela Marinha de Israel nesta quarta-feira (1º), gerou forte repercussão política em Brasília e colocou o Itamaraty em alerta máximo. Além da parlamentar, outros 16 brasileiros que participavam da missão humanitária rumo à Faixa de Gaza também foram detidos.
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), confirmou em plenário que vinha mantendo contato com Luizianne, mas que foi surpreendido pela notícia de sua prisão. “Estamos diante de uma situação grave. Solicitei ao ministro Mauro Vieira todo o empenho do Itamaraty para assegurar que a parlamentar tenha suas prerrogativas respeitadas e que todos os brasileiros detidos possam ter garantidos seus direitos básicos”, declarou.
Entre os brasileiros presos estão o ativista Thiago Ávila, a vereadora de Campinas Mariana Conti (PSOL) e a presidente estadual do PSOL no Rio Grande do Sul, Gabrielle Tolloti.
A Anistia Internacional manifestou preocupação imediata, afirmando que os integrantes da flotilha entraram em uma área de risco extremo e que “os estados têm responsabilidade de garantir a passagem segura e a liberdade dos ocupantes”.
Em comunicado oficial, o governo israelense alegou que a Marinha “entrou em contato com a flotilha Hamas-Sumud e ordenou mudança de rota”, justificando a prisão ao declarar que os barcos “se aproximavam de uma zona de combate ativa e violavam um bloqueio naval legítimo”.
O caso reaviva a tensão em torno de missões humanitárias internacionais em direção a Gaza. Em episódios anteriores, embarcações semelhantes também foram interceptadas, resultando na prisão temporária e posterior deportação de seus tripulantes.