Um dos maiores reconhecimentos globais no campo da comunicação política, o Napolitan Awards, nomeou o brasileiro Emanoelton Borges como “Pesquisador do Ano”. A honraria, considerada o “Oscar” da consultoria política, é concedida pela Academia de Artes e Ciências Políticas de Washington (EUA) e será entregue no final do mês.
A escolha se deu entre 200 nomes indicados de diferentes países. Borges ganhou destaque por sua atuação em campanhas relevantes, como as prévias de João Doria (PSDB) em 2021 e a eleição de JHC (PL) à prefeitura de Maceió em 2024.
“É uma alegria ver o Brasil ser reconhecido como referência em comunicação política”, afirmou Borges, que alia métodos tradicionais de pesquisa de opinião a análises georreferenciadas e estratégias segmentadas.
Estratégia de múltiplas frentes
Para Borges, as campanhas eleitorais precisam cada vez mais abandonar a lógica do “tiro de canhão” e apostar em uma abordagem de “pesca em vários aquários”, atingindo públicos diversos com propostas específicas e conteúdo direcionado; como vídeos curtos que dialogam com causas como autismo, direitos dos animais e saúde pública. Em uma das ações que comandou, foram produzidos até 260 vídeos para um único candidato, cada um voltado a um segmento diferente do eleitorado.
Projeções para 2026: cansaço com a polarização
O estrategista também analisou o cenário brasileiro para 2026. Segundo ele, há um visível desgaste com a polarização entre Lula (PT) e Bolsonaro (PL), cujos índices de rejeição ultrapassavam 40% nas vésperas do segundo turno de 2022. Esse esgotamento abre espaço, diz Borges, para o surgimento de uma terceira via, embora ele reconheça que ainda faltam nomes com peso político suficiente para romper essa dualidade.
A análise faz parte do levantamento apresentado ao prêmio, cujo critério principal foi o impacto concreto causado pelo trabalho do indicado em 2024. O reconhecimento internacional reforça o papel do Brasil como polo inovador na arena da comunicação política global.