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EUA impõem sanções ao presidente da Colômbia e ampliam tensão diplomática na América do Sul

Os Estados Unidos anunciaram nesta sexta-feira (24) sanções contra o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, sob a acusação de se recusar a interromper o fluxo de cocaína destinado ao território norte-americano. A medida, anunciada pelo secretário do Tesouro, Scott Bessent, marca um novo ponto de tensão entre Washington e o governo colombiano, e amplia o cerco político dos EUA a líderes latino-americanos que entraram em conflito com a administração de Donald Trump.

Segundo comunicado do Departamento do Tesouro, desde a chegada de Petro ao poder, a produção de cocaína na Colômbia “explodiu para a maior taxa em décadas, inundando os Estados Unidos e envenenando os norte-americanos”. A declaração acrescenta que o presidente colombiano “permitiu que os cartéis florescessem e se recusou a interromper essa atividade”, motivo pelo qual Washington decidiu adotar “medidas enérgicas para proteger a nação e deixar claro que não tolerará o tráfico de drogas e medicamentos ilícitos”.

A ação inclui sanções pessoais a Petro, sua esposa, seu filho e o ministro do Interior colombiano, Armando Benedetti, sob uma autoridade executiva que autoriza o governo norte-americano a atingir indivíduos suspeitos de envolvimento no comércio global de entorpecentes. Com isso, o presidente da Colômbia passa a integrar uma lista de líderes sancionados pelos EUA, ao lado de Nicolás Maduro, da Venezuela, e Vladimir Putin, da Rússia.

A escalada de tensão ocorre dias depois de Trump ameaçar aumentar tarifas sobre produtos colombianos e suspender financiamentos ao país, acusando o governo de Bogotá de negligência no combate ao narcotráfico. O episódio reacende a histórica fricção entre Washington e governos latino-americanos que defendem políticas alternativas à chamada “guerra às drogas”.

Em resposta, Petro reagiu em uma postagem na rede social X (antigo Twitter), classificando as medidas como um “paradoxo completo”.

“Lutar contra o tráfico de drogas por décadas, e de forma eficaz, me trouxe essa medida do governo da mesma sociedade que tanto ajudamos a interromper o consumo de cocaína deles”, escreveu.

“Um paradoxo completo — mas nem um passo atrás, e nunca de joelhos.”

Com o novo impasse, a relação entre Colômbia e Estados Unidos, historicamente marcada pela cooperação militar e antidrogas, entra em um período de incerteza, em um momento em que a América do Sul volta ao centro das disputas geopolíticas entre potências globais.

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