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Índia: A reeleição de Narendra Modi e as perspectivas para o Brasil

A Índia confirmou a reeleição de Narendra Modi e sua aliança governamental para um terceiro mandato consecutivo. Com quase 1 bilhão de eleitores participando de um processo eleitoral que se estendeu por 44 dias, Modi conseguiu assegurar uma vitória significativa. Em uma mensagem na rede social X, declarou que a Índia depositou confiança na coligação governamental “pela terceira vez consecutiva” e prometeu continuar o bom trabalho realizado na última década para satisfazer as aspirações do povo.

Modi, do partido Bharatiya Janata (BJP), é conhecido por seu forte apelo nacionalista hindu e por promover uma série de reformas econômicas. Durante sua administração, a Índia alcançou avanços significativos, como a promessa de se tornar a terceira maior economia mundial até 2029. No entanto, ele também enfrentou críticas por exacerbar tensões religiosas e promover políticas vistas como divisivas e prejudiciais à coesão social. Essas tensões se manifestaram em confrontos entre a maioria hindu e a minoria muçulmana, levantando preocupações sobre a erosão dos princípios seculares do país.

A oposição, reunida na coligação I.N.D.I.A. (Aliança Inclusiva para o Desenvolvimento Nacional Indiano) e liderada por Rahul Gandhi, enfrentou desafios significativos. A diversidade ideológica dentro da coligação e escândalos de corrupção enfraqueceram sua posição, resultando em um desempenho eleitoral inferior às expectativas. Este cenário fortaleceu ainda mais a posição do BJP, que conseguiu garantir a maioria necessária para formar o governo.

O processo eleitoral indiano é uma operação monumental, refletindo a diversidade e magnitude do país. As eleições são realizadas em fases, permitindo uma gestão eficaz e segura do processo. A Comissão Eleitoral da Índia desempenha um papel crucial, garantindo a transparência e impondo sanções aos partidos que violarem as diretrizes eleitorais. A participação nas eleições é geralmente elevada, refletindo o compromisso democrático do país, com uma expectativa de ainda maior envolvimento este ano, devido à inclusão de milhões de novos jovens eleitores.

Para o Brasil, a reeleição de Modi representa significativas oportunidades de cooperação econômica e tecnológica. A Índia, com seu crescimento nos setores de tecnologia, saúde e espaço, apresenta um mercado significativo para parcerias. Além disso, a postura de Modi em promover uma economia aberta pode facilitar investimentos e colaborações bilaterais. O Brasil e a Índia têm mantido uma relação cordial e cooperativa em diversas áreas, como a colaboração no BRICS e em fóruns multilaterais. A Índia é um parceiro estratégico para o Brasil, especialmente no contexto de um mundo cada vez mais multipolar.

No entanto, é essencial que o Brasil navegue cuidadosamente nas complexidades das políticas internas da Índia, especialmente no que diz respeito às questões de direitos humanos e igualdade social. As políticas nacionalistas de Modi têm gerado controvérsias, e qualquer cooperação deve ser feita com uma compreensão clara dessas dinâmicas.

As eleições de 2024 na Índia não apenas definirão o futuro do país, mas também abrirão novas avenidas para a colaboração internacional, especialmente para nações emergentes como o Brasil. A continuidade da liderança de Modi promete estabilidade e crescimento econômico, apesar das controvérsias que cercam sua administração. Para o Brasil, este é um momento de observar e explorar novas oportunidades de cooperação e desenvolvimento, aproveitando as potencialidades que emergem desta grande democracia.

Fontes: [The Diplomat](https://thediplomat.com), [Hindustan Times](https://www.hindustantimes.com), [DW](https://www.dw.com), [Narendra Modi’s Official Site](https://www.narendramodi.in), [BJP.org](https://www.bjp.org).

Fabrício Correia é historiador, licenciado pela Universidade do Vale do Paraíba, com especialização em Acessibilidade, Diversidade e Inclusão pela Unise Educacional. Preside a Academia Joseense de Letras. CEO da Kocmoc New Future, responsável pela agência de notícias “Conversa de Bastidores”.

 

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