Em uma entrevista esclarecedora ao programa “Conversa de Bastidores” na Jovem Pan, Fernando Massari, pré-candidato a prefeito de Jacareí pelo União Brasil, abordou de maneira franca e direta a polêmica envolvendo a terceira ponte do Paraíba. A conversa, conduzida pelo jornalista Fabrício Correia, trouxe à tona questões cruciais sobre a responsabilidade pela obra e a capacidade de gestão do pré-candidato, que promete uma administração pública eficiente e focada em resultados.

O convite para o governo Isaías Santana

Massari iniciou a entrevista explicando suas motivações para entrar na vida pública. “Recebi o convite do prefeito Isaías Santana para fazer parte do segundo mandato dele, iniciado em janeiro de 2021. O que me encantou foi a proposta de trazer minha visão de empresário do setor privado para o setor público,” afirmou Massari. “Achei que seria uma grande oportunidade para fazer um trabalho bacana, aplicando quase 30 anos de experiência em gestão empresarial.”

No entanto, Massari rapidamente percebeu as limitações inerentes ao poder público. “No setor público, você não tem a liberdade de orçamento que existe na iniciativa privada. Eu peguei um orçamento empacotado, do qual não participei, e uma equipe pronta que não escolhi. Com tudo isso, fazer grandes coisas se torna um desafio.”

Falta de apoio e liderança do prefeito

Quando questionado sobre sua decisão de deixar o governo Isaías Santana, Massari foi enfático ao apontar a falta de apoio e liderança. “Para você fazer a coisa acontecer no setor público, você precisa do apoio do prefeito. Eu não tive esse apoio,” declarou. “Um dos motivos que me fez deixar o governo foi a falta de apoio para implementar a minha visão. E também houve uma falta de liderança. Sem liderança e apoio, é difícil tomar medidas que às vezes não são políticas e que desagradam.”

A polêmica da terceira ponte do Paraíba

Um dos momentos mais aguardados da entrevista foi quando Fabrício Correia abordou a polêmica da terceira ponte do Paraíba. A oposição acusa Massari de ser responsável pela entrega da obra considerada problemática, mas ele nega veementemente essa responsabilidade. “A ponte do Paraíba foi o maior desperdício de dinheiro público na história de Jacareí,” afirmou. “O que estão falando por aí é uma grande mentira. Eu desafiei o prefeito na Câmara Municipal a apresentar algum documento que eu assinei, e ninguém se posicionou porque não existe.”

Pressões de Isaías e decretos

Massari explicou que, ao assumir a secretaria em janeiro de 2021, encontrou projetos e contratações já prontos. “Eu entrei em janeiro de 2021, e já estavam prontos os projetos e as contratações. Quando me deparei com os documentos para assinar, sofri pressão, mas me recusei. Eu disse que primeiro iria analisar. Não assinei nada referente à obra da ponte,” disse Massari.

Para afastar qualquer dúvida sobre sua responsabilidade, Massari apresentou um decreto que transferia a responsabilidade das obras do CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina) para o secretário de governo, Celso Florêncio. “O prefeito assinou um decreto em março de 2021 que transferia toda a responsabilidade das obras do CAF, incluindo a ponte, para o Celso Florêncio. Eu entrei em janeiro e, em menos de 90 dias, houve essa alteração. Desafio o prefeito a mostrar qualquer contrato ou projeto assinado por mim, porque não existe.”

Inaptidão do secretário  de Governo

Massari criticou duramente a gestão de Celso Florêncio, secretário de governo e atual candidato do prefeito. “Celso Florêncio não tem experiência de vida, não sabe o que é um saco de cimento. Colocaram nas mãos dele um investimento de 34 milhões na ponte e 300 milhões no pacote de obras do CAF. Não conseguiu entregar nada decente para Jacareí,” criticou. “Os prazos foram alongados, o custo foi altíssimo, e a qualidade foi péssima. O maior desperdício de dinheiro público.”

Propostas de Governo

Massari aproveitou a entrevista para delinear suas propostas de governo, destacando a necessidade de uma gestão pública profissional e técnica. “Eu defendo um tripé de governo baseado em respeito às pessoas, empreendedorismo e qualidade de vida. Precisamos de uma gestão eficiente para resolver problemas históricos como o plano diretor e a saúde pública,” afirmou.

Ele acredita que a administração pública deve ser gerida como uma empresa, com foco em aumento de receita e corte de custos. “A prefeitura precisa ser administrada como uma empresa. Precisamos buscar aumento de receita, que pode ser alcançado através do empreendedorismo, e cortar custos. Evitar desperdícios e aumentar a produtividade são fundamentais para melhorar o caixa da prefeitura.”

Gestão da Saúde Pública

Um dos pilares do plano de Massari é a melhoria da saúde pública. Ele defende uma abordagem técnica e integrada para resolver os problemas do setor. “Precisamos de gestão, tecnologia e trabalho para resolver os problemas da saúde pública. Caso eu seja eleito, montarei um time técnico de médicos para fazer um diagnóstico profundo. Não é só a Santa Casa, precisamos integrar o setor primário, secundário e terciário da saúde pública para garantir um serviço de qualidade.”