Alesp investiga ameaças violentas a deputadas e promete reforçar segurança

A Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) se mobilizou nesta semana após todas as deputadas estaduais receberem um e-mail contendo ameaças de morte, estupro, injúrias raciais e ofensas capacitistas. O caso, tratado como de extrema gravidade pela presidência da Casa, está sendo investigado pelas Polícias Civil e Militar.

O presidente da Alesp, André do Prado (PL), determinou o acionamento das forças de segurança e afirmou que nenhuma forma de agressão será tolerada. “A Alesp não vai admitir nenhum tipo de ação criminosa. O ataque às parlamentares é uma afronta a todo o Legislativo paulista”, declarou em nota oficial.

Segundo apuração, o material foi enviado no último sábado (31) e continha linguagem violenta direcionada a todas as deputadas, com menções específicas a algumas. A Polícia Civil já teria identificado um suspeito, cuja identidade é mantida sob sigilo para não comprometer as investigações.

A deputada Andrea Werner (PSB), uma das parlamentares citadas nominalmente, relatou o impacto emocional da ameaça: “Nunca havia sofrido algo assim. Me preocupo com minha família — especialmente com meu filho. Nem mesmo um carro blindado nos protege o tempo todo”.

Já Ediane Maria (PSOL) apontou que o episódio representa um atentado à democracia e à presença de mulheres na política. “A maneira como disseram que iriam agir dentro da Alesp escancara um ódio às mulheres e aos nossos corpos, alimentado por racismo e capacitismo.”

Em resposta, a presidência da Casa anunciou que cada deputada terá segurança reforçada, de acordo com sua necessidade específica. O uso de veículos blindados será facilitado, novas câmeras de vigilância serão instaladas nos corredores do parlamento e haverá controle mais rigoroso de acesso ao prédio por meio de crachás.

Além disso, um novo protocolo de segurança deve ser apresentado em até 30 dias pelo comando responsável. Também está prevista uma campanha institucional para conscientizar sobre a violência política de gênero, prática cada vez mais recorrente contra mulheres eleitas no país.

Em nota conjunta, as deputadas destacaram que embora ameaças anteriores já tenham sido registradas, esta é a primeira vez que todas as integrantes do parlamento paulista são atacadas simultaneamente. Para Marina Helou (Rede), o episódio “é parte de uma estratégia para silenciar, constranger e deslegitimar mulheres que ocupam espaços de poder”.

 

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