Preso nesta quinta-feira (13) durante uma operação conjunta da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União, o ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto passa agora a ocupar o centro de uma das maiores investigações recentes sobre irregularidades na concessão de benefícios previdenciários.
Servidor de carreira do próprio instituto, Stefanutto construiu trajetória interna até alcançar a presidência do órgão, posição que ocupou com peso estratégico: dali se define a rotina de análise de benefícios, se conduz a gestão administrativa e se estabelece o padrão de integridade que sustenta a confiança de milhões de segurados.
A operação que resultou em sua prisão apura um esquema de fraudes estruturado para liberar benefícios indevidos, manipular processos e driblar mecanismos de controle. Agentes federais e auditores percorrem diversos estados para cumprir dezenas de mandados de busca, prisão preventiva e medidas cautelares, numa investigação de grande escala que mira a atuação de servidores, intermediários e eventuais beneficiários do esquema.
A ofensiva, segundo fontes ligadas ao caso, indica forte preocupação com a infiltração de práticas ilícitas dentro de um sistema que deveria ser exemplo de rigor e confiabilidade. A investigação sobre Stefanutto lança luz sobre a responsabilidade de quem ocupou o mais alto posto da Previdência Social — um cargo que exige, antes de tudo, zelo absoluto pela legalidade e pelo patrimônio público.



