A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) determinou, nesta terça-feira (11), a suspensão cautelar de todas as operações da Voepass. A decisão foi tomada após a constatação de irregularidades nos sistemas de gestão da companhia, agravadas pelo acidente aéreo ocorrido em Vinhedo (SP), em agosto do ano passado, que resultou na morte de 62 pessoas.

A empresa, que opera com seis aeronaves e atende 17 destinos, ficará impedida de realizar voos até que comprove a adequação aos padrões regulatórios exigidos. Segundo a Anac, a decisão ocorre devido ao descumprimento de exigências e reincidência de falhas previamente identificadas.

Fiscalização e quebras de protocolo

Desde o acidente com o voo 2283, a Voepass estava sob monitoramento rigoroso da agência reguladora. Em auditoria realizada no final de fevereiro, foram detectadas novas falhas na gestão operacional da companhia, além de não conformidades recorrentes que já haviam sido consideradas resolvidas.

De acordo com a Anac, os sistemas internos da empresa perderam a capacidade de identificar e corrigir riscos operacionais de maneira eficiente, resultando em uma quebra de confiança na segurança de suas operações.

Com a suspensão dos voos, a Anac orienta os passageiros afetados a entrarem em contato diretamente com a companhia aérea ou com as agências de viagens responsáveis pela emissão dos bilhetes para solicitar reembolso ou reacomodação em outras empresas.

Reestruturação financeira

No início de fevereiro, a Voepass já havia anunciado que ingressou com um pedido de tutela judicial para reorganizar sua estrutura financeira e renegociar obrigações de curto prazo. A empresa alegou que, até meados de 2024, mantinha uma operação estável e em processo de expansão. No entanto, o acidente ocorrido em agosto do mesmo ano teria impactado diretamente suas projeções e sustentabilidade operacional.

O avião acidentado, um ATR-72, partiu de Cascavel (PR) e deveria pousar no Aeroporto Internacional de Guarulhos, mas caiu em uma área residencial antes de alcançar seu destino. Desde então, a empresa passou a enfrentar questionamentos sobre sua segurança e capacidade de gestão.

A Voepass ainda não se pronunciou oficialmente sobre a suspensão de suas atividades.