O primeiro-ministro australiano Anthony Albanese assegurou neste fim de semana um feito histórico: a renovação de seu mandato à frente do governo, algo que não ocorria com líderes do Partido Trabalhista há mais de vinte anos. Sua vitória marca uma reviravolta sobre a recente ascensão dos conservadores e foi impulsionada por uma conjuntura internacional que incluiu o temor da influência política de Donald Trump fora dos Estados Unidos.
Peter Dutton, que liderava o Partido Liberal — principal força conservadora do país —, reconheceu publicamente a derrota e perdeu inclusive sua cadeira no Parlamento. A situação espelha outras quedas de lideranças conservadoras em nações como o Canadá, onde o alinhamento com figuras da extrema direita americana também provocou reações eleitorais negativas.
Em Sydney, apoiadores de Albanese se reuniram para celebrar, ovacionando o político enquanto ele anunciava que o Partido Trabalhista alcançaria maioria no Parlamento, garantindo estabilidade ao seu governo.
Albanese destacou em seu discurso o orgulho da identidade australiana e reafirmou a independência cultural e política do país. “Não precisamos nos espelhar em modelos estrangeiros. O que temos de mais valioso está aqui: na nossa gente, na nossa história, no que construímos juntos”, declarou, sob aplausos.
Segundo projeções da Comissão Eleitoral da Austrália, os trabalhistas devem ocupar 81 das 150 cadeiras da Câmara dos Representantes, assegurando maioria com cerca de 68% dos votos já apurados. Esse resultado reforça a posição de Albanese como um dos nomes mais fortes da política australiana contemporânea, além de consolidá-lo como o primeiro líder do país reeleito consecutivamente neste século.