A Anvisa autorizou nesta terça-feira (22) o uso do medicamento Kisunla (donanemabe), desenvolvido pela farmacêutica Eli Lilly, para pacientes com Alzheimer em fases iniciais. A decisão marca um passo importante no enfrentamento da doença no Brasil.
O donanemabe é um anticorpo monoclonal que atua diretamente sobre os depósitos de proteína beta-amiloide, substância que forma placas no cérebro e está associada ao declínio cognitivo característico do Alzheimer. Ao se ligar a esses aglomerados, o remédio ajuda a reduzi-los, retardando o avanço da doença.
Os testes clínicos, realizados com mais de 1.700 pacientes em oito países, mostraram que o uso do donanemabe resultou em uma desaceleração relevante da progressão da demência em comparação ao grupo que recebeu placebo. A medicação é aplicada por via intravenosa, em infusões mensais, e requer monitoramento médico cuidadoso.
Contudo, a substância não é indicada para pessoas que fazem uso de anticoagulantes ou que tenham histórico de angiopatia amiloide cerebral — uma condição que pode agravar os riscos do tratamento.
A liberação do Kisunla amplia as possibilidades terapêuticas para pacientes diagnosticados precocemente com Alzheimer, renovando esperanças para familiares e profissionais da saúde diante de uma condição até hoje sem cura.