O ex-presidente Jair Bolsonaro e seu ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid, voltaram a se ver pessoalmente nesta segunda-feira (9), após mais de dois anos de distanciamento e investigações. O reencontro ocorreu durante o início das oitivas no Supremo Tribunal Federal, que investiga a suposta tentativa de golpe de Estado em 2022.
Cid, atualmente colaborador do inquérito na condição de delator, prestou depoimento ao ministro Alexandre de Moraes. Segundo fontes presentes na sessão, Bolsonaro teria reagido com um sorriso contido, enquanto Cid aparentava tensão visível. O militar confirmou os principais pontos de sua delação premiada e negou ter sido pressionado a colaborar.
Durante o depoimento, Cid reconheceu ter passado por um momento de abalo emocional ao conceder entrevista tentando minimizar os fatos: “Naquele período, eu estava em colapso. Falei sem pensar, tentando me defender de tudo ao mesmo tempo”, declarou.
O ex-assessor revelou detalhes delicados nas últimas fases da investigação, entre eles o suposto envolvimento do general Walter Braga Netto, que teria repassado dinheiro em espécie — escondido em uma sacola de vinho — a um militar suspeito de planejar a morte do ministro Moraes.
O depoimento de Cid abre a série de interrogatórios com os oito integrantes do núcleo político do caso. Bolsonaro deve ser ouvido nos próximos dias, seguindo a ordem estabelecida pela Corte.
Com informações de Folhapress e Metrópoles.