Foto: Reprodução

Após três décadas, Eymael deixa comando do Democracia Cristã; João Caldas assume liderança nacional do partido

O Democracia Cristã (DC) tem um novo presidente nacional. Após 30 anos à frente da legenda e seis candidaturas à Presidência da República, José Maria Eymael, de 85 anos, deixou o comando do partido. A mudança ocorreu durante convenção realizada em São Paulo, na terça-feira (29), e marcou a eleição do ex-deputado federal alagoano João Caldas como novo líder do DC.

Eymael alegou motivos pessoais para se afastar da presidência, abrindo espaço para uma nova fase do partido, que atualmente tem presença reduzida no cenário nacional. Sem representantes no Congresso e apenas dois prefeitos eleitos no último pleito municipal, o DC busca retomar protagonismo político sob a direção de Caldas.

“Nosso objetivo é expandir a atuação do partido em todo o país. Teremos candidaturas em todos os estados”, afirmou o novo presidente, ciente do desafio de consolidar a legenda em um ambiente político cada vez mais competitivo.

Repercussão em Alagoas

A chegada de João Caldas ao comando nacional da legenda também fortalece a articulação política de seu filho, o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (JHC). O gestor alagoano, que hoje integra o PL, tem sido alvo de sondagens para se aproximar do presidente Lula e sua base aliada, principalmente após a indicação de sua tia Marluce Caldas para uma vaga no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Essa aproximação, no entanto, gera tensão com a base bolsonarista de JHC em Maceió, cidade onde Jair Bolsonaro obteve uma das maiores votações em 2022. A mudança de alinhamento político poderia redesenhar o cenário eleitoral de Alagoas em 2026, especialmente diante da possibilidade de uma disputa pelo governo estadual contra o grupo liderado por Renan Calheiros e Renan Filho.

João Caldas, porém, evita cravar qual será o futuro político do filho: “Ele tem autonomia para definir seus próprios caminhos. Minha missão é trabalhar pelo fortalecimento do Democracia Cristã e reunir lideranças estaduais em torno desse projeto”, afirmou.

Além de afetar o tabuleiro estadual, a definição sobre a candidatura de JHC também pode impactar um acordo político com o vice-prefeito Rodrigo Cunha (Podemos), que deixou o Senado em 2024 para que a mãe de JHC, senadora Doutora Eudócia Caldas (PL-AL), assumisse a vaga até 2026.

 

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