O Banco Central suspendeu cautelarmente três instituições do sistema Pix após o envolvimento indireto delas no esquema de desvio milionário identificado no ataque à empresa C&M Software, especializada em soluções de pagamentos. As empresas atingidas são Transfeera, Soffy e Nuoro Pay, que permanecerão desconectadas por até 60 dias, prazo previsto em norma do BC para preservar a segurança do arranjo de pagamentos.
A medida extrema tem como objetivo proteger a integridade do Pix diante da suspeita de que essas instituições possam ter sido usadas para receber recursos oriundos do esquema fraudulento, que desviou cerca de R$ 800 milhões.
Segundo o BC, a suspensão se deu conforme o Artigo 95-A da Resolução nº 30, de 2020, que permite a exclusão temporária de participantes cuja conduta possa comprometer o funcionamento regular do sistema. A medida não implica, por si só, em culpa comprovada, mas visa prevenir novos danos enquanto a apuração estiver em curso.
A Transfeera, uma das afetadas, confirmou publicamente a suspensão parcial e informou que os demais serviços continuam ativos. A empresa declarou ainda estar colaborando com as investigações e que nem seus clientes nem suas operações principais foram impactadas.
Já a C&M Software, empresa alvo do golpe, teria tido seu sistema comprometido com ajuda de um funcionário que confessou participação no esquema de desvio. Inicialmente tratado como ataque hacker externo, o caso evoluiu para suspeita de fraude interna, ampliando o alcance da investigação.
Até o momento, o Banco Central não conseguiu contato com Soffy e Nuoro Pay para manifestação. O espaço permanece aberto para esclarecimentos.