Foto: Divulgação

Banqueiro Daniel Vorcaro é solto após decisão do TRF-1

O vaivém jurídico em torno de Daniel Vorcaro ganhou um novo capítulo na manhã deste sábado, 29/11. Dono do Banco Master e alvo central da operação Compliance Zero, o banqueiro deixou o Centro de Detenção Provisória II de Guarulhos poucas horas depois de o Tribunal Regional Federal da 1ª Região determinar sua soltura.

A decisão não encerra o caso. Vorcaro segue investigado por suspeita de fabricação e venda de carteiras falsas de crédito — um esquema que, segundo a Polícia Federal, teria movimentado R$ 12,2 bilhões entre janeiro e maio deste ano. A apuração aponta que créditos supostamente irregulares foram montados por uma empresa de fachada e revendidos ao BRB. A defesa nega.

Os advogados afirmam que a prisão preventiva se apoiou em “expressões genéricas” e não apresentou fatos individualizados que justificassem risco concreto atribuído ao banqueiro. Eles também contestam a versão de que houvesse qualquer tentativa de fuga. Vorcaro foi preso quando passava pelo raio-X do Aeroporto de Guarulhos, prestes a embarcar para Dubai. Disse que a viagem era parte do processo de venda do Banco Master a investidores estrangeiros — e apresentou documentos para sustentar essa versão.

A soltura ocorre um dia depois de a desembargadora Solange Salgado determinar que Vorcaro e outros quatro investigados respondessem em liberdade, desde que cumprissem medidas cautelares: entrega de passaporte, proibição de contato com testemunhas e uso de tornozeleira eletrônica.

Além de Vorcaro, seguem na mira da operação executivos ligados ao Master, entre eles Alberto Felix de Oliveira Neto (Tesouraria), Augusto Ferreira Lima (ex-CEO), Ângelo Antônio Ribeiro da Silva (diretoria) e Luiz Antônio Bull (riscos, compliance, RH, operações e tecnologia). Todos estão submetidos às mesmas restrições enquanto avançam as diligências da PF.

Com a liberação, o caso retorna ao terreno dos autos, onde Ministério Público, Polícia Federal e defesa do banqueiro voltam a se enfrentar. O desfecho, por ora, permanece em aberto — mas as investigações seguem, assim como a sombra de um suposto rombo bilionário que ainda precisa ser comprovado, explicado ou descartado.

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