Foto: Rodrigo Costa – ALESP

Construção de moradias leva esperança para famílias desabrigadas no Litoral Norte de SP

Após aprovação da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, 186 moradias já começaram a ser construídas em um terreno no município de São Sebastião, no Litoral Norte. As unidades habitacionais têm destinação certa: dezenas de famílias que ficaram desabrigadas depois dos deslizamentos que ocorreram em fevereiro deste ano, por conta das fortes chuvas.

O projeto que autorizava a desapropriação da área e sua destinação às obras foi aprovado por todos os deputados e deputadas estaduais de São Paulo na última semana. A medida, convertida na Lei 17.691/2023, foi sancionada pelo governador Tarcísio de Freitas e publicada no Diário Oficial no último sábado (29).

Esperança

Desde a aprovação da proposta, o sentimento de perda tem dado lugar à esperança por um recomeço. Ainda assim, é inevitável a lembrança da tragédia. “Eu acordei por volta de umas 2 horas com muita chuva. Depois, eu ouvi um estrondo muito grande. Quando vi aquilo, eu só peguei meu filho e corri para pedir socorro”, lembra a moradora Jucélia Maria Nogueira, 37, que, na tragédia, perdeu a casa onde morava com os dois filhos e o marido, que chegou a ficar soterrado, mas foi salvo, apesar de sequelas.

A história de Jucélia cruza-se com a de vários outros moradores da cidade, como o jardineiro Geosmar dos Santos, 58, e a empregada doméstica Maria dos Santos, 48, que ainda continuam a morar em suas casas, ou, pelo menos, no que sobrou delas. É pelo drama vivido por essas pessoas, que a construção das novas moradias ganha ainda mais sentido e urgência. “Tenho esperança de que vai ser o nosso recomeço”, expressa Jucélia.

Moradias

No terreno, que tem 12.569,12 m² e está no bairro Maresias, profissionais e equipamentos já trabalham a todo o vapor. Nele, será construído um condomínio com seis blocos, cada um com quatro andares e 31 apartamentos. A expectativa é a de que 740 pessoas passem a morar ali, sendo que as entregas devem ocorrer já em um prazo de 180 dias.

A medida, que está sendo executada em ritmo emergencial, soma-se a outras iniciativas do Governo do Estado para garantir teto àqueles que perderam seus lares. No bairro Baleia Verde, na mesma cidade, por exemplo, outras 518 unidades também estão em construção. Juntas, as ações vão resultar em moradias para 704 famílias.

Impacto na cidade

O prefeito do município de São Sebastião, o mais atingido, disse que não há como apagar da história da cidade o que aconteceu. “Foram 35 km de destruição”, destaca o gestor Felipe Augusto, referindo-se ao episódio como a maior catástrofe da localidade. “É um momento de reconstrução, de começar a planejar o futuro, ter foco nas questões habitacionais, ter foco nas questões de infraestrutura do município”, comenta.

Segundo o administrador, a ajuda da sociedade e a união das diferentes esferas da Administração Pública contribuíram para que fosse possível uma resposta à comunidade. “Tivemos a solidariedade do povo brasileiro e do Poder Público, tanto a nível federal quanto a nível estadual”, diz. Para o representante do município, essa união irá contribuir para que os moradores retomem suas vidas e que haja a recuperação rápida da economia, alicerçada no turismo e que teve uma perda de arrecadação de cerca de 60%.

Felipe destacou que o empenho e a sensibilidade dos parlamentares estaduais de São Paulo estão sendo fundamentais para que a retomada seja possível. “A Assembleia Legislativa esteve muito presente conosco e isso está sendo muito importante para que a gente possa definir os próximos passos de uma cidade que foi duramente atingida e que sofre com essas estruturas que foram terrivelmente abaladas”, complementa.

Reportagem: Cléber Gonçalves

ALESP

 

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