Foto: Instagram – Eduardo Siqueira Campos

Eduardo Siqueira Campos, prefeito de Palmas, é alvo da PF por suspeita de vazar informações do STJ na Operação Sisamnes

A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira (30) a 9ª fase da Operação Sisamnes, que investiga um suposto esquema de venda de decisões judiciais e vazamento de informações sigilosas em tribunais estaduais e no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Um dos principais alvos da nova etapa é o prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos, que teve o passaporte apreendido e está impedido de deixar o país.

Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em endereços ligados ao prefeito e na própria sede da Prefeitura de Palmas. As diligências foram autorizadas pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do inquérito. A investigação aponta que Campos teria repassado, de forma indevida, informações obtidas sobre operações policiais em andamento.

Interceptações telefônicas revelam que o prefeito teria alertado o advogado Thiago Marcos Barbosa — sobrinho do governador de Tocantins, Wanderlei Barbosa — sobre ações sigilosas da PF. Thiago Barbosa foi preso em uma fase anterior da operação e é apontado como um dos beneficiários diretos dos vazamentos.

A Procuradoria-Geral da República se manifestou favoravelmente ao pedido de prisão preventiva de Eduardo Siqueira Campos, mas a medida foi negada pelo relator. Em entrevista à imprensa local nesta sexta-feira, o prefeito negou qualquer envolvimento com fontes no STJ e afirmou que suas informações sobre processos judiciais foram obtidas por meios legais, com apoio de seus advogados.

“Não tenho fonte no STJ. O que sei, sou informado por advogados regularmente constituídos. Estou absolutamente tranquilo quanto à minha conduta”, declarou.

A origem da Operação Sisamnes remonta à investigação do assassinato de um advogado no Mato Grosso. Durante a apuração, a PF teve acesso ao celular da vítima, onde encontrou indícios de um esquema de venda de decisões judiciais em diversas esferas do Judiciário, inclusive no STJ. Desde então, a operação tem desdobramentos que atingem magistrados, advogados e autoridades políticas.

O STJ, por sua vez, já se manifestou oficialmente negando qualquer conhecimento, por parte de seus ministros, sobre irregularidades praticadas por membros de seus gabinetes.

O avanço das investigações e a inclusão do prefeito de Palmas entre os investigados reacendem o debate sobre a infiltração política nos tribunais e os mecanismos de blindagem institucional diante de esquemas de corrupção.

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