Frente Parlamentar da Cannabis Medicinal discute potencialidades econômicas do cânhamo

As potencialidades econômicas e agrícolas do cânhamo, uma das variedades da planta cannabis sativa, foram debatidas em reunião de trabalho da Frente Parlamentar Cannabis Medicinal e Cânhamo Industrial, nesta quarta-feira (27), na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

O encontro foi organizado pelo deputado Caio França (PSB), coordenador da Frente e autor da Lei 17.618/23, que garante o fornecimento gratuito de remédios à base de canabidiol na rede pública de saúde.

O deputado Eduardo Suplicy (PT), vice-coordenador da Frente, destacou a versatilidade dos benefícios oferecidos pela planta, desde poderes medicinais, produção de tecidos e bioplásticos até a fitorremediação de solos degradados. “É crucial que adotemos regulamentações sensatas, rigorosas para garantir a segurança e qualidade dos produtos relacionados com o cânhamo”, frisou Suplicy, que adotou o tratamento com a cannabis após o diagnóstico de Parkinson em 2023.

Ao palestrar sobre os potenciais econômicos e sustentáveis do cânhamo, o químico industrial Ubiracir Fernandes defendeu o incentivo às pesquisas científicas e lamentou as restrições da legislação brasileira para o cultivo da planta. “A combinação de diversas substâncias químicas para que tenha a propriedade farmacêutica precisa ser estudada. A gente vai ter mais facilidade para pesquisar e avançar com velocidade se tiver matéria-prima”, sublinhou Fernandes.

Neste ponto, o advogado Arthur Arsuffi apontou uma incoerência na regulação brasileira que permite a produção de medicamentos à base de canabidiol, mas proíbe o cultivo. Arsuffi recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para que uma empresa de biotecnologia seja autorizada a cultivar o cânhamo industrial.

Empresária do ramo têxtil, a ativista Renata Lima espera que o cultivo do cânhamo no Brasil, se liberado, ocorra de forma organizada. “Plantar para o têxtil, para o bioplástico, para fazer alimento. É importante ter essa separação”, declarou.

Outra entusiasta das potencialidades do cânhamo, a jornalista Manuela Borges, fundadora do Instituto InformaCann, participou da reunião usando um vestido branco confeccionado 100% com fibra da planta. Ela organizou a exposição “Cânhamo: uma revolução agrícola não psicoativa”, em exibição na Alesp até 4 de abril.

WhatsApp
Facebook
Twitter