A Polícia Federal apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um relatório contundente que indiciou 37 pessoas pela tentativa de golpe de Estado no Brasil, em um dos capítulos mais críticos da história recente do país. O ex-presidente Jair Bolsonaro, seu ex-ministro da Defesa, Walter Braga Netto, e o tenente-coronel Mauro Cid estão no centro da trama investigada, acusados de liderar ou participar de ações para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Os crimes atribuídos aos envolvidos incluem abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de estado e organização criminosa. O indiciamento sinaliza que a Polícia Federal encontrou elementos suficientes para apontar a participação dos acusados em uma articulação coordenada que buscava fragilizar as instituições democráticas do país.
Além de Bolsonaro, o indiciamento inclui ex-ministros, militares da ativa e da reserva, empresários e até estrangeiros. A lista abrange figuras de destaque da gestão anterior, como o general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, e Valdemar Costa Neto, presidente do PL, partido de Bolsonaro.
Os Indiciados e Seu Papel no Caso
Segue a relação completa dos indiciados, com destaque para os papéis atribuídos a cada um na tentativa de golpe:
1.Ailton Gonçalves Moraes Barros – Capitão reformado acusado de inserir dados falsos em cartões de vacinação.
2.Alexandre Castilho Bitencourt da Silva – Coronel, coautor da “Carta ao Comandante do Exército”.
3.Alexandre Rodrigues Ramagem – Deputado federal e ex-diretor da Abin, acusado de alinhamento golpista.
4.Almir Garnier Santos – Ex-comandante da Marinha.
5.Amauri Feres Saad – Advogado, suposto mentor da minuta do golpe.
6.Anderson Torres – Ex-ministro da Justiça, envolvido na elaboração de planos golpistas.
7.Anderson Lima de Moura – Coronel, coautor de documento de incitação ao golpe.
8.Angelo Martins Denicoli – Major da reserva e ex-diretor no Ministério da Saúde.
9.Augusto Heleno Ribeiro Pereira – General da reserva, ex-ministro do GSI.
10.Bernardo Romão Correa Netto – Articulador de estratégia de intervenção militar.
11.Carlos Cesar Moretzsohn Rocha – Engenheiro que questionou as urnas em 2022.
12.Carlos Giovani Delevati Pasini – Coronel envolvido na redação de carta golpista.
13.Cleverson Ney Magalhães – Ex-oficial do Comando de Operações Terrestres.
14.Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira – Ex-chefe do Comando de Operações Terrestres.
15.Fabrício Moreira de Bastos – Detalhes não especificados.
16.Filipe Garcia Martins – Ex-assessor presidencial, participante de reunião sobre o golpe.
17.Fernando Cerimedo – Empresário argentino que questionou a segurança das urnas.
18.Giancarlo Gomes Rodrigues – Subtenente responsável por monitoramento clandestino.
19.Guilherme Marques de Almeida – Tenente-coronel que desmaiou ao ser abordado pela PF.
20.Hélio Ferreira Lima – Tenente-coronel ligado a Mauro Cid.
21.Jair Messias Bolsonaro – Ex-presidente, acusado de liderar a conspiração golpista.
22.José Eduardo de Oliveira e Silva – Detalhes não especificados.
23.Laercio Vergililo – Detalhes não especificados.
24.Marcelo Bormevet – Policial federal ligado à “Abin paralela”.
25.Marcelo Costa Câmara – Ex-assessor de Bolsonaro.
26.Mario Fernandes – General da reserva e suspeito de planejar mortes de líderes políticos.
27.Mauro Cesar Barbosa Cid – Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
28.Nilton Diniz Rodrigues – Detalhes não especificados.
29.Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho – Neto do ex-presidente João Figueiredo.
30.Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira – Ex-comandante do Exército.
31.Rafael Martins de Oliveira – Major envolvido em grupos clandestinos.
32.Ronald Ferreira de Araújo Junior – Oficial do Exército.
33.Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros – Major do Exército.
34.Tércio Arnaud Tomaz – Ex-assessor de Bolsonaro e integrante do “gabinete do ódio”.
35.Valdemar Costa Neto – Presidente do PL, acusado de articular a trama golpista.
36.Walter Souza Braga Netto – Ex-ministro da Defesa e vice de Bolsonaro em 2022.
37.Wladimir Matos Soares – Policial federal suspeito de planejar ataques contra lideranças políticas.
Próximos Passos
O relatório foi encaminhado ao STF, onde o ministro Alexandre de Moraes deve analisar os indiciamentos. Caberá ao Supremo determinar as próximas etapas, que podem incluir denúncias formais pelo Ministério Público.
Este caso marca um momento decisivo na história democrática do Brasil, evidenciando os riscos enfrentados pelas instituições republicanas e o comprometimento do Estado na defesa da ordem constitucional. O país aguarda os desdobramentos desse inquérito, que promete reverberar por anos no cenário político.
