Foto: Reprodução

Investigado por “rachadinha” Coletor Tigrão ganha cargo no gabinete de Ortiz Junior

Adriano Graciano, conhecido como “Coletor Tigrão”, foi nomeado auxiliar parlamentar no gabinete do deputado estadual Ortiz Junior (PSDB) na Assembleia Legislativa de São Paulo. A nomeação, oficializada em 14 de janeiro de 2025, ocorre em um contexto delicado, considerando que Graciano é alvo de investigações da Polícia Civil e do Ministério Público por um suposto esquema de rachadinha durante seu período como vereador em Taubaté, entre 2021 e 2024.

As investigações começaram após denúncia de Bruno de Souza França, ex-chefe de gabinete de Graciano, que afirmou que o então vereador exigia a devolução de parte dos salários dos assessores, incluindo férias e 13º salário. Bruno relatou ameaças diretas, em que Graciano teria dito que “a conversa não seria na Justiça”, além de episódios de intimidação, como veículos suspeitos rondando sua casa. Inicialmente, Bruno recuou em seu depoimento, mas voltou a reafirmar as acusações em outubro de 2024, alegando medo pela segurança de sua família. Ele será novamente ouvido pela polícia em fevereiro de 2025.

Ortiz Junior, que nomeou Graciano para seu gabinete, também está sob os holofotes, mas por motivos diferentes. O deputado estadual enfrenta um processo no Tribunal Regional Eleitoral por infidelidade partidária, após ter deixado o PSDB para se filiar a outro partido sem justificativa legal reconhecida. A situação jurídica de Ortiz, embora distinta, aumenta as críticas à sua atuação e às escolhas feitas para compor seu gabinete.

Graciano nega todas as acusações relacionadas à rachadinha e classifica as denúncias como “mentiras” motivadas por ressentimentos pessoais. No entanto, sua nomeação tem gerado desconforto entre lideranças e eleitores, que questionam os critérios usados por Ortiz Júnior para trazer ao gabinete uma figura ligada a investigações tão graves.

A repercussão do caso Graciano segue intensa. Na Câmara Municipal de Taubaté, as acusações foram arquivadas pela Comissão de Ética em dezembro de 2024, sob a justificativa de falta de provas e da proximidade do fim da legislatura. No entanto, a investigação criminal conduzida pela Polícia Civil permanece ativa, com diligências e novas oitivas marcadas. O arquivamento na Câmara não amenizou a percepção pública de que práticas como a rachadinha ainda são uma realidade preocupante na política.

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