A Justiça da Coreia do Sul emitiu nesta segunda-feira (30) um mandado de prisão contra o presidente afastado Yoon Suk Yeol, que enfrenta acusações de insurreição após decretar lei marcial no início de dezembro. Yoon, que está temporariamente fora do cargo devido a um processo de impeachment, ainda não foi detido, segundo informações divulgadas pela mídia sul-coreana.

A lei marcial decretada por Yoon em 3 de dezembro restringiu temporariamente direitos civis e tentou fechar a Assembleia Nacional, gerando forte reação da oposição e da sociedade. A medida foi justificada pelo presidente como uma forma de proteger o país contra “ameaças comunistas norte-coreanas”, mas acabou sendo rejeitada pelos parlamentares.

O episódio ocorreu em meio a uma crise política marcada por baixa popularidade de Yoon e tensões crescentes com a Assembleia Nacional, dominada pela oposição. O decreto fracassou, e o presidente foi rapidamente afastado por meio de votação parlamentar. Desde então, a Coreia do Sul está sob comando de um governo interino.

A decisão judicial reflete as investigações em curso, que acusam Yoon de insurreição e abuso de poder. A confirmação de seu impeachment pelo Poder Judiciário é aguardada nos próximos dias, enquanto o país observa um momento de instabilidade política sem precedentes.

A Coreia do Sul, que já havia enfrentado um processo de impeachment em 2017, vive agora um novo capítulo de sua democracia, com debates intensos sobre os limites do poder presidencial e o papel das instituições na garantia do estado de direito.