A Justiça do Trabalho de Maceió determinou a penhora de uma das propriedades mais valiosas de Fernando Collor: uma chácara em Campos do Jordão, São Paulo, avaliada em aproximadamente R$ 10,5 milhões. A decisão tem como objetivo assegurar o pagamento de dívidas trabalhistas pendentes, que somam cerca de R$ 410,6 mil, provenientes de empresas de comunicação de Collor no estado de Alagoas.
O processo foi conduzido pela 5ª Vara do Trabalho de Maceió e se insere em uma série de disputas judiciais envolvendo o ex-presidente e suas empresas. Ao longo dos últimos anos, Collor enfrentou diversas ações relacionadas a dívidas trabalhistas de seus veículos de mídia, o que levou a Justiça a desconsiderar a personalidade jurídica das empresas, permitindo que bens pessoais fossem alvos de penhora.
A tentativa de recuperar valores diretamente das contas bancárias de Collor encontrou dificuldades, pois os saldos eram mínimos, o que motivou a decisão de penhorar a propriedade em Campos do Jordão. A medida reflete o esforço da Justiça em garantir os direitos de ex-funcionários que, após anos de espera, buscam a quitação de seus direitos trabalhistas. O leilão do imóvel agora é considerado um passo crucial para a liquidação dos débitos.
Além das disputas trabalhistas, Collor enfrenta outros desafios jurídicos, incluindo processos criminais que tramitam no Supremo Tribunal Federal, relacionados a acusações de corrupção e lavagem de dinheiro . Essas acusações, somadas às pendências financeiras, ilustram um cenário de dificuldades para o ex-presidente, que já teve outros bens bloqueados nos últimos anos.
A chácara em questão, localizada em uma área nobre de Campos do Jordão, é um dos ativos mais valiosos do ex-presidente. A venda desse bem pode ser um desfecho importante para os trabalhadores que ainda aguardam o recebimento de suas verbas rescisórias. Com essa decisão, a Justiça reforça a importância de responsabilizar diretamente os sócios das empresas quando as obrigações trabalhistas são negligenciadas, garantindo que o patrimônio pessoal possa ser utilizado para saldar dívidas pendentes.
O caso reflete a longa batalha judicial envolvendo Collor, que agora vê seu patrimônio pessoal atingido para cobrir os compromissos financeiros de suas antigas empresas de comunicação. A expectativa é que o leilão da chácara ocorra em breve, e que o valor arrecadado contribua para o encerramento dessa disputa, beneficiando os trabalhadores que aguardam uma resolução há anos.