Após quase uma década no comando do governo canadense, Justin Trudeau confirmou sua renúncia ao cargo de primeiro-ministro. A decisão ocorre em um contexto de intensa pressão política, com queda acentuada de popularidade e tensões crescentes dentro de seu próprio partido, o Liberal.
Trudeau afirmou que permanecerá no cargo até que um novo líder seja escolhido pela legenda. Para viabilizar o processo de transição, o Parlamento será suspenso até março deste ano, possibilitando ao Partido Liberal organizar uma disputa interna para decidir seu futuro sucessor.
A gestão de Trudeau, que começou em 2015, ficou marcada por grandes avanços progressistas e por desafios crescentes nos últimos anos, incluindo a alta inflação e críticas às políticas de imigração, que enfrentaram resistência de parte da população. O enfraquecimento político foi agravado pela renúncia de membros-chave de sua equipe ministerial e por divergências internas.
Além disso, a saída de Trudeau ocorre em um momento de grande instabilidade econômica e diplomática. Com a posse iminente de Donald Trump nos Estados Unidos e ameaças de novas tarifas comerciais sobre produtos canadenses, a tensão nas relações bilaterais entre os dois países adiciona um elemento de incerteza à política canadense.
Apesar dos desafios, o período de Trudeau no poder ficará na história como uma era de mudanças significativas, mas também de grandes divisões. O futuro do Partido Liberal agora depende de sua capacidade de unir forças para superar a crise interna e recuperar a confiança dos canadenses.