A ex-nadadora olímpica do Zimbábue, Kirsty Coventry, assumiu nesta segunda-feira (23) a presidência do Comitê Olímpico Internacional (COI), em substituição ao alemão Thomas Bach, que esteve à frente da entidade por doze anos. A posse marca um momento histórico: Coventry é a primeira mulher e a primeira representante do continente africano a liderar o mais alto órgão do esporte mundial.
Reconhecida por sua trajetória esportiva e política, Coventry inicia agora um mandato de oito anos em um cenário desafiador. Um dos principais temas que devem pautar sua gestão é a reformulação da estratégia de marketing do COI, especialmente diante da saída de importantes patrocinadores nos últimos doze meses.
Os Jogos Olímpicos de Los Angeles 2028, que deveriam ser uma das bandeiras de sua gestão, já aparecem como prioridade imediata devido a tensões entre autoridades locais nos EUA e ao clima de instabilidade social provocado por operações policiais voltadas a imigrantes. A situação tem exigido uma articulação delicada entre governos estaduais, municipais e o federal.
Coventry tem uma relação de longa data com os Estados Unidos, onde foi destaque na equipe de natação da Universidade de Auburn, no Alabama — vínculo que pode ser fundamental na mediação com os organizadores norte-americanos.
Em cerimônia oficial, ela recebeu a chave simbólica de ouro do COI das mãos de Thomas Bach e declarou estar emocionada e pronta para os desafios. “É uma honra caminhar ao lado de todos vocês nesta jornada. Tenho a melhor equipe ao meu lado e estou animada com tudo que está por vir”, afirmou.
Além dos desafios institucionais, Kirsty também precisará garantir o equilíbrio financeiro da organização. O COI prevê receitas bilionárias com direitos de transmissão e acordos de patrocínio: são estimados mais de US$ 7 bilhões para o ciclo 2025–2028 e outros US$ 6 bilhões até 2032.