Foto: Wilson Dias – Agência Brasil

Marido de Zambelli se licenciou antes da fuga da deputada e pode ser investigado por auxílio, caso ela não se entregue

O coronel Aginaldo Oliveira, secretário de Segurança Pública de Caucaia (CE) e marido da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), pediu afastamento do cargo dias antes de a parlamentar deixar o país. A licença, registrada em 21 de maio no Diário Oficial do município, foi justificada por “acompanhamento de familiar em tratamento de saúde” e previa retorno no dia 30 do mesmo mês. No entanto, um novo pedido foi formalizado para estender a ausência até 1º de julho.

Zambelli, por sua vez, comunicou publicamente que está fora do Brasil, com planos de se estabelecer na Itália. Ela afirmou que deixou o país por questões de saúde emocional e financeira e que, por possuir cidadania italiana, não poderia ser extraditada. A deputada foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão por invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), além da perda do mandato, inelegibilidade e indenização por danos morais no valor de R$ 2 milhões.

Hoje, o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no STF, determinou a prisão preventiva da parlamentar. Caso ela não se entregue voluntariamente às autoridades, a possibilidade de que o coronel Aginaldo seja investigado por eventual participação na fuga da esposa não está descartada. A depender da apuração, ele pode ser responsabilizado por favorecimento pessoal, tipificado no Código Penal quando há auxílio consciente à evasão de condenado.

A prefeitura de Caucaia confirmou que o secretário está oficialmente licenciado, mas não informou se ele se encontra no exterior. A equipe de Zambelli foi procurada para esclarecer se o coronel a acompanha fora do Brasil, mas não houve resposta até o fechamento desta edição.

Aginaldo Oliveira comandou a Força Nacional durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, função que ocupou por três anos. Em 2024, tentou a eleição para a Prefeitura de Caucaia, mas terminou a disputa em último lugar. Após a eleição, retomou o posto na segurança municipal. Durante sua ausência, a secretaria permanece sob responsabilidade do adjunto Marcos Antonio Jesus.

A defesa de Zambelli alega que ela pretende retornar ao Brasil para cumprir seu mandato, mas, diante da ordem de prisão preventiva, a expectativa é que a Polícia Federal acione a Interpol, podendo haver pedido formal de extradição junto às autoridades italianas.

 

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