O Mercosul assinou nesta terça-feira (16), no Palácio Itamaraty, no Rio de Janeiro, um acordo de livre comércio com os quatro países que integram a Associação Europeia de Livre Comércio (Efta): Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein.

O tratado, negociado desde 2017, cria um mercado de 290 milhões de consumidores e envolve economias que juntas somam US$ 4,39 trilhões (mais de R$ 23 trilhões em 2024). Os termos finais foram definidos em junho deste ano, em Buenos Aires.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores, a Efta eliminará 100% das tarifas sobre produtos industriais e pesqueiros, além de abrir espaço para itens agrícolas do Mercosul como carnes, milho, soja, frutas, mel, café e sucos. Em contrapartida, os países sul-americanos também ampliarão a entrada de produtos do bloco europeu, mas com salvaguardas de defesa comercial.

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, classificou a assinatura como um “grande e importante passo”, destacando que o comércio “aproxima os povos e promove a paz”. Ele também frisou os benefícios econômicos, sociais e ambientais que devem surgir da parceria.

O chanceler Mauro Vieira lembrou a persistência das negociações e afirmou que o acordo envia uma mensagem contra o protecionismo e em defesa do comércio internacional baseado em regras.

Representantes europeus também ressaltaram a relevância do tratado em um momento de incertezas globais. “O acordo envia uma mensagem clara de que acreditamos na cooperação e no poder do comércio para levar ao progresso”, afirmou a ministra de Comércio e Indústria da Noruega, Cecile Myrseth.

Além do comércio, o texto abrange áreas como investimentos, propriedade intelectual, compras públicas, defesa comercial e normas sanitárias e fitossanitárias.

O acordo Mercosul–Efta avança enquanto segue pendente a aprovação do tratado mais amplo com a União Europeia, que envolve os 27 países do bloco.