Em agenda oficial no Vale do Paraíba nesta sexta-feira (19), o ministro dos Transportes, Renan Filho, aproveitou a inauguração do viaduto Papa Francisco, em Aparecida, e a vistoria de obras na Dutra, em São José dos Campos, para disparar críticas ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
Diante da imprensa, Renan comparou sua gestão atual com o período em que Tarcísio comandou a Infraestrutura no governo Bolsonaro. Usando a metáfora do futebol, disse que sua atuação já supera a do antecessor: “Se você é contratado como centroavante, vão querer saber se marcou mais gols que o anterior. Eu marquei mais gols do que Tarcísio marcou como ministro”.
A fala remete à disputa que deve se intensificar até 2026, quando Tarcísio é apontado como possível adversário de Lula na corrida presidencial. No fim de agosto, os dois já haviam se enfrentado nas redes, depois que o governador lançou o mote “40 anos em 4” para um projeto de país. Renan rebateu: “Só se for de atraso”.
Segundo o ministro, os números confirmam o contraste: enquanto Tarcísio concluiu seis leilões de concessão, ele já realizou 16 e pretende fechar 22 até o fim do ano, chegando a 35 em 2026. “O eleitor pode ter preferências pessoais, mas a sociedade precisa escolher quem entrega mais resultados”, afirmou.
Renan também comentou o efeito das redes sociais, que, segundo ele, amplificam bolhas de opinião: “Muita gente fala o que quer, mas sem dados aquilo vira verdade. Por isso eu apresento números, não apenas narrativas”.
Além das críticas ao governador paulista, sobrou espaço para alfinetar o ex-presidente Jair Bolsonaro. Renan disse que o contraste entre os governos Lula e Bolsonaro é “abissal” e atribuiu o baixo desempenho do antecessor a “conflitos constantes com instituições, com o mundo e até com a ciência”.
Encerrando a entrevista no Santuário Nacional, o ministro voltou ao embate direto com Tarcísio, ironizando declaração recente do governador de que “o Brasil cansou de Lula”. A resposta foi imediata: “O povo não se cansou do Lula. Ele venceu cinco eleições. Quem se esgotou foi Bolsonaro, que não conseguiu se reeleger”.