Foto: Reprodução

Morre o economista Ibrahim Eris, ex-presidente do Banco Central, aos 80 anos

O economista Ibrahim Eris, que foi presidente do Banco Central (BC) durante o governo de Fernando Collor de Mello, faleceu nesta sexta-feira, aos 80 anos. Sua atuação no comando do BC, entre março de 1990 e maio de 1991, ficou marcada pela busca de estabilização da economia em um contexto de hiperinflação e turbulência econômica. Eris deixou o cargo quando Francisco Gros o sucedeu, após a entrada de Marcílio Marques Moreira no Ministério da Economia.

Nascido na Turquia, Eris teve uma formação acadêmica sólida, com doutorado pela Universidade Vanderbilt, nos Estados Unidos, e experiência como professor na Universidade Rice. Em sua trajetória no Brasil, lecionou como professor convidado na Faculdade de Economia da Universidade de São Paulo (USP) e teve uma passagem relevante como vice-presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), onde atuou ao lado de Luiz Paulo Rosenberg.

Eris também foi uma figura importante na área de consultoria, tendo se associado aos irmãos José Roberto e Luiz Carlos Mendonça de Barros em projetos de assessoria econômica. Na década de 1990, fundou a gestora de fundos Linear, ao lado de Rosenberg e Emilio Capez, que chegou a ser uma das maiores do país antes de sofrer perdas com a crise asiática de 1997.

Além de sua atuação profissional, Ibrahim Eris foi influenciado por Nicholas Georgescu-Roegen, matemático e economista romeno de quem foi aluno, e sempre destacou a importância da humildade na economia. Em depoimento, afirmou que “a ciência econômica é limitada” e que “humildade deve ser uma característica de qualquer economista”.

Ibrahim Eris deixa uma marca importante na economia brasileira, tendo participado de momentos decisivos na história do país, e é lembrado por sua contribuição ao pensamento econômico e por sua dedicação à análise crítica da economia nacional.

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