Foto: Ricardo Stuckert – PR

Movimentos sociais pressionam Lula a reconhecer eleição de Nicolás Maduro

Diversos movimentos sociais brasileiros enviaram nesta quarta-feira (27) uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pedindo que o governo reconheça oficialmente a reeleição de Nicolás Maduro na Venezuela. O documento reúne assinaturas de entidades como o Movimento Nacional de Juventude, a Comissão de Relações Internacionais da ABI (Associação Brasileira de Imprensa), a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia e a Confederação Nacional das Associações de Moradores, entre outras organizações.

A iniciativa ocorre em um contexto de tensões diplomáticas na América Latina, onde parte dos países membros da Unasul (União de Nações Sul-Americanas) já demonstrou apoio ao governo de Maduro, enquanto outros ainda hesitam em fazê-lo, citando preocupações com denúncias de irregularidades no processo eleitoral venezuelano.

Os signatários argumentam que o reconhecimento seria um gesto importante para fortalecer a integração regional e a soberania dos países latino-americanos. Além disso, destacam a necessidade de evitar que a Venezuela continue sendo alvo de pressões internacionais que, segundo eles, comprometem a estabilidade do continente.

A carta também ressalta o histórico de aproximação entre Brasil e Venezuela durante os governos anteriores de Lula, sugerindo que a posição do país pode ser decisiva para consolidar o diálogo entre as nações sul-americanas.

Embora o Palácio do Planalto ainda não tenha emitido um posicionamento oficial sobre o pedido, fontes diplomáticas indicam que a questão está sendo analisada com cautela, dado o impacto que tal decisão poderia ter nas relações do Brasil com outras potências globais.

O governo brasileiro vem adotando uma postura de reaproximação com a América Latina desde o início do mandato de Lula, com destaque para encontros multilaterais, como o realizado pela Unasul em Brasília, em maio de 2023, quando o presidente recebeu Nicolás Maduro e outros líderes da região. O reconhecimento formal da eleição venezuelana, no entanto, permanece como uma questão sensível, que poderá repercutir tanto no cenário interno quanto na política externa.

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