O líder venezuelano Nicolás Maduro foi empossado para seu terceiro mandato presidencial nesta sexta-feira (10), em cerimônia realizada na Assembleia Nacional, em Caracas. O evento ocorre em meio a disputas eleitorais e críticas tanto internas quanto internacionais.
A eleição de julho de 2024, que garantiu a reeleição de Maduro, segue sendo contestada por setores da oposição e por países estrangeiros, que questionam a transparência do processo. Durante a solenidade, Maduro prestou juramento, recebeu a faixa presidencial e discursou para autoridades e convidados, pedindo por um período de paz e estabilidade para a Venezuela.
“Que este novo mandato seja de paz, prosperidade e uma nova democracia”, declarou o presidente. Ele também reafirmou seu compromisso: “Juro pela história e pela minha vida que cumprirei meu mandato.”
Em seu discurso, Maduro afirmou que a Venezuela vive em paz e garantiu que continuará defendendo a soberania nacional. Ele aproveitou para criticar líderes internacionais, incluindo o presidente argentino Javier Milei e os ex-presidentes colombianos Álvaro Uribe Vélez e Iván Duque.
“Somos guerreiros da história e garantiremos a paz e a soberania nacional para sempre”, disse Maduro, destacando que o momento é de “fortes emoções.”
Sanções e tensão internacional
No mesmo dia da posse, os Estados Unidos anunciaram sanções contra oito autoridades venezuelanas e aumentaram para US$ 25 milhões a recompensa por informações que levem à prisão de Maduro. Entre os sancionados estão Hector Obregon, chefe da estatal petrolífera PDVSA, e Ramon Velasquez, ministro dos Transportes.
Outros países, como Reino Unido, Canadá e União Europeia, também intensificaram medidas contra membros do governo venezuelano, alegando violações de direitos humanos e ações antidemocráticas.
Eleições sob contestação
O pleito de julho de 2024, que garantiu a reeleição de Maduro, permanece alvo de intensos debates. O opositor Edmundo González afirma ter vencido as eleições, mas o Conselho Nacional Eleitoral, ligado ao governo, declarou Maduro como vencedor, sem apresentar dados detalhados da apuração.
González, atualmente exilado na Espanha, alega que os resultados coletados pela oposição mostram uma vitória significativa de sua candidatura. Diversos analistas independentes consideram os dados apresentados pela oposição como confiáveis, e vários países, incluindo os Estados Unidos, reconhecem González como o vencedor legítimo.
Protestos tomaram as ruas da Venezuela logo após a divulgação dos resultados, com milhares de manifestantes exigindo mais transparência no processo eleitoral.
Enquanto a oposição segue desafiando os resultados, Maduro dá início ao terceiro mandato em um cenário de forte divisão política e sanções internacionais crescentes.