Foto: Reprodução YouTube SBT News

OMS mantém nível máximo de alerta para a pandemia de Covid-19

Após orientação do Comitê de Emergência de Regulamentos Sanitários Internacionais sobre a Covid-19, que se reuniu na última sexta-feira, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, determinou nesta segunda-feira (30) que a doença continua a constituir uma emergência de saúde pública de interesse internacional (PHEIC), nível de alerta máximo da organização.

Embora não exista uma classificação oficial de que uma doença represente uma pandemia, o fim da emergência mundial seria o mais próximo de uma declaração de que a pandemia do novo coronavírus chegou ao fim.

“O Diretor-Geral reconhece as opiniões do Comitê de que a pandemia de Covid-19 provavelmente está em um ponto de transição e agradece o conselho do Comitê de navegar com cuidado por essa transição e mitigar as possíveis consequências negativas”, diz nota da OMS sobre a manutenção do status.

Em setembro do ano passado, durante entrevista coletiva, Tedros chegou a declarar que “nunca estivemos em melhor posição para acabar com a pandemia”. Na época, ponderou que a emergência ainda não havia terminado, mas afirmou que “seu fim está próximo”.

Na decisão desta segunda-feira, a autoridade esclarece que, embora o cenário epidemiológico esteja de fato em uma posição melhor que a observada há um ano, durante o pico da variante Ômicron, o mundo registrou mais de 170 mil mortes pela Covid-19 nos últimos dois meses, um ritmo ainda elevado em comparação com outras doenças infecciosas respiratórias.

Além disso, destaca a preocupação com a queda global no sequenciamento genético do coronavírus em meio à emergência de subvariantes da Ômicron, o que torna mais difícil o seu monitoramento e a identificação rápida de novas linhagens que podem oferecer riscos ao controle da doença.

Sobre a vacinação, aponta que foram administradas mais de 13,1 bilhões de doses no mundo, e que aproximadamente 89% dos profissionais de saúde e 81% da população acima de 60 anos receberam as duas primeiras aplicações. No entanto, alerta para a hesitação vacinal e a cobertura insuficiente em países de média e baixa renda.

“(Os membros do comitê) reconheceram que a fadiga pandêmica e a redução da percepção pública de risco levaram a uma redução drástica no uso de medidas sociais e de saúde pública, como máscaras e distanciamento social. A hesitação em vacinar e a disseminação contínua de desinformação continuam a ser obstáculos extras para a implementação de intervenções cruciais de saúde pública”, afirma o comunicado.

“Ao mesmo tempo, as sequelas sistêmicas de longo prazo da condição pós-Covid-19 (Covid longa) e o risco elevado de doenças cardiovasculares e metabólicas pós-infecção provavelmente terão um sério impacto negativo contínuo na população, e os caminhos de atendimento para esses pacientes são limitados ou não está disponível em muitos países”, complementa.

A deliberação do comitê reconhece que os níveis altos de imunidade da população global por meio da vacinação e da contaminação limitam o impacto na mortalidade da Covid-19, e por isso considera que a pandemia “pode estar se aproximando de um ponto de inflexão”. No entanto, diz que “há poucas dúvidas de que esse vírus continuará sendo um patógeno estabelecido permanentemente em humanos e animais por um futuro previsível”.

Por isso, pede que os países continuem vigilantes e relatando à OMS dados da doença e de sequenciamento genômico; que recomendem medidas de saúde pública quando necessárias com base no risco de contaminação; que busquem a cobertura vacinal de 100% dos grupos prioritários com todas as doses de reforço indicadas; que mantenham uma comunicação regular sobre riscos da Covid-19; que aumentem o acesso também aos medicamentos aprovados e que continuem a financiar pesquisas sobre vacinas que consigam impedir a transmissão do vírus.

Reportagem: Agência Aids com informações

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