A esposa do presidente da Câmara de Taubaté, vereador Richardson da Padaria (União), foi nomeada para um cargo no gabinete do deputado estadual Ortiz Junior (sem partido) na Assembleia Legislativa de São Paulo. Bianca Cristina Ramos de Sousa assumiu a função de auxiliar legislativo, com um salário de R$ 8.419,42.

A nomeação ocorre poucas semanas após Ortiz tomar posse como deputado, no dia 6 de janeiro, e amplia a lista de aliados políticos que passaram a integrar sua equipe na Alesp. Além de Bianca, também foram contratados os ex-vereadores Coletor Tigrão (Cidadania) e Paulo Miranda (MDB), além de Marcio Andrade de Carvalho, ex-assessor do vereador Douglas Carbonne (Solidariedade) e ex-diretor de Meio Ambiente de Taubaté. Os três recebem um salário de R$ 8.624,99.

A movimentação chama atenção porque, em dezembro de 2024, Richardson, Tigrão, Miranda e Carbonne votaram a favor da aprovação das contas de Ortiz referentes a 2020, quando ele era prefeito de Taubaté. Caso as contas fossem reprovadas, Ortiz poderia ficar inelegível.

Silêncio sobre a nomeação

Questionado sobre a indicação da esposa, Richardson afirmou que a nomeação foi um convite direto de Ortiz e preferiu não comentar o assunto. Já o deputado estadual não se manifestou até o momento.

A composição do gabinete de Ortiz segue um padrão observado em muitos mandatos parlamentares, com a presença de ex-prefeitos e ex-vereadores que possuem influência política em suas regiões. Entre os 21 assessores nomeados até agora, destacam-se quatro ex-prefeitos filiados ao PSD: Ana Lucia Bilard (São Luiz do Paraitinga), Delcio Sato (Ubatuba), Ronaldo Venâncio (São Bento do Sapucaí) e Vitão (Paraibuna).

Além disso, também foram contratados ex-candidatos a vereador, como Carlos Alberto da Silva Junior, Isaac Praça e Rita Arena, que concorreram por Taubaté, além de Valdemiro Patrício Gomes Filho, que disputou uma vaga em Hortolândia, e Xande Rangel, ex-vereador e ex-candidato a prefeito em Aparecida.

Disputa judicial e incerteza no mandato

Ortiz Junior, que assumiu o cargo como suplente, enfrenta uma ação de infidelidade partidária movida pelo PSDB e pela suplente Damaris Moura Kuo, que busca sua cassação. Em dezembro, a direção nacional do PSDB anulou a última filiação do deputado ao partido, decisão que foi reconhecida pela Justiça Eleitoral.

Até o momento, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) ainda não concluiu o julgamento do caso, o que mantém o futuro político de Ortiz indefinido. Caso a ação seja favorável ao PSDB, ele pode perder o mandato, abrindo caminho para que Damaris Moura assuma a cadeira na Assembleia.