Foto: Divulgação

Padre Nazareno Lanciotti é reconhecido como mártir pelo Papa Francisco e será proclamado beato

O Papa Francisco autorizou a promulgação do decreto que reconhece o martírio do sacerdote italiano Nazareno Lanciotti, missionário no Brasil assassinado em 2001. A decisão, divulgada pelo cardeal Marcello Semeraro, prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos, abre o caminho para sua beatificação.

Nascido em Roma, em 1940, e ordenado sacerdote em 1966, padre Lanciotti trabalhou inicialmente em sua diocese natal. No início da década de 1970, uniu-se à Operação Mato Grosso e partiu em missão para o Brasil. Estabeleceu-se no município de Jauru, em Mato Grosso, próximo à fronteira com a Bolívia, onde desenvolveu um intenso trabalho pastoral e social ao longo de três décadas.

Entre suas realizações, destacam-se a fundação da paróquia dedicada a Nossa Senhora do Pilar, a criação de 57 comunidades eclesiais rurais com adoração eucarística diária, um dispensário que se transformou em hospital regional, uma casa de acolhimento para idosos, uma escola com alimentação para crianças e até mesmo um seminário menor. Sua espiritualidade estava profundamente enraizada na Eucaristia e na devoção mariana. Em 1987, integrou o Movimento Sacerdotal Mariano, tornando-se seu diretor no Brasil e promovendo encontros de oração por todo o país.

Contudo, seu compromisso com a justiça social e o enfrentamento de redes criminosas ligadas à prostituição e ao tráfico de drogas fizeram dele um alvo. Na noite de 11 de fevereiro de 2001, enquanto jantava com colaboradores, foi atacado por dois homens encapuzados. Gravemente ferido, não resistiu aos ferimentos e morreu dias depois, em 22 de fevereiro, aos 61 anos.

A sua beatificação reconhece não apenas a fé inabalável de um sacerdote missionário, mas também o testemunho corajoso de quem entregou a vida pelos mais vulneráveis.

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