Foto: Reprodução

Papa Leão XIV pede unidade e reconciliação no Líbano e lembra vítimas da explosão de Beirute

Em uma visita marcada por apelos à reconciliação e ao fim das divisões internas, o papa Leão XIV reuniu cerca de 150 mil pessoas na orla marítima de Beirute nesta terça-feira (2) e pediu que o Oriente Médio adote “novas abordagens” capazes de superar décadas de conflito, violência e desconfiança.

O pontífice encerrou sua viagem de três dias ao Líbano defendendo que o país encontre caminhos comuns num momento em que enfrenta crises econômicas prolongadas, instabilidade política e o temor renovado de tensões com Israel.

Apelos por união e esperança

Ao chegar ao país no domingo, Leão pediu aos líderes políticos libaneses que busquem a verdade “como meio de paz e reconciliação”. Na homilia desta terça, citou os desafios enfrentados pelo povo libanês — da crise financeira à memória recente da explosão no porto de Beirute — e reconheceu que é natural que o ser humano se sinta “paralisado pela impotência diante do mal e oprimido por tantas situações difíceis”.

Ainda assim, incentivou o país a não se resignar:

“Deixemos a armadura das nossas divisões étnicas e políticas. Abramos as confissões religiosas ao encontro mútuo e reacendamos nos nossos corações o sonho de um Líbano unido.”

Em seguida, conclamou a comunidade internacional a não poupar esforços para impulsionar processos de diálogo e reconciliação “numa região flagelada pelos conflitos”.

Homenagem às vítimas da explosão de 2020

Antes da missa, o papa rezou no local da explosão que devastou o porto de Beirute em 4 de agosto de 2020, tragédia que matou 218 pessoas, feriu milhares e se tornou símbolo da disfunção do Estado libanês.

Familiares das vítimas seguravam fotos dos mortos quando Leão XIV chegou ao local. Ele permaneceu em silêncio diante de um memorial e cumprimentou, um a um, os parentes presentes.

O encontro ocorreu próximo ao último silo de cereais ainda de pé, estrutura que resiste desde o dia da explosão que destruiu parte da capital e provocou milhões de dólares em prejuízos após a detonação de centenas de toneladas de nitrato de amônia armazenadas ilegalmente.

Cinco anos depois, nenhuma autoridade foi responsabilizada — a investigação foi interrompida diversas vezes —, e a busca por justiça segue mobilizando familiares e aumentando a frustração da população.

Chamado final

Na despedida, Leão XIV reforçou que o Líbano deve tornar-se “lar de fraternidade e justiça” e pediu coragem aos cristãos do Oriente para que sigam trabalhando pela paz.

 

 

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