A Polícia Civil de São Paulo realizou, na última sexta-feira (13), uma operação que colocou novamente o empresário e advogado Ricardo de Andrade Magro no centro das atenções. Dono da refinaria Refit, Magro é investigado por supostamente liderar um esquema de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro que teria utilizado 188 empresas para fraudes tributárias. A operação ocorreu em seis endereços, incluindo a capital paulista, Guarulhos e Arujá, e resultou na apreensão de documentos e bens, como joias e carros de luxo.
De acordo com a investigação, conduzida pelo 10º Distrito Policial da Penha, o foco principal da operação é a empresa Fera Lubrificantes, registrada em nome de familiares de Ricardo Magro. A polícia apura a utilização de contratos suspeitos e movimentações financeiras irregulares para fraudar o pagamento de ICMS. A dívida do empresário com o estado de São Paulo é estimada em R$ 7,4 bilhões, enquanto no Rio de Janeiro o valor alcança R$ 8,2 bilhões.
A investigação começou no ano passado, após a apreensão de um caminhão carregado com cocaína na Zona Leste de São Paulo. O veículo, pertencente a uma transportadora ligada ao esquema, levou a polícia a identificar pagamentos suspeitos envolvendo empresas conectadas a Ricardo Magro. Além disso, contratos de venda de combustíveis sem documentação fiscal adequada reforçaram as suspeitas.
Magro, que já foi investigado em 2016 por desvios em fundos de pensão da Petrobras e Correios, também teve sua refinaria apontada recentemente pelo Ministério Público como parte de um esquema de adulteração de bombas de combustíveis. Apesar das acusações, a defesa do empresário nega as irregularidades. Em nota, afirmou que “não há sonegação” e garantiu que todos os fatos serão esclarecidos na Justiça.
A operação, realizada em parceria com o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), do Ministério Público de São Paulo, segue investigando o alcance do esquema, considerado uma das maiores fraudes fiscais do país. Embora não tenha sido preso, Ricardo Magro é apontado como uma figura central no esquema que movimentou bilhões de reais em prejuízo aos cofres públicos.